Monday, April 24, 2006

A Nova Religião

Como o Arranha anda "à rasca" de dinheiro, achou por bem iniciar-se num dos mais antigos e rentáveis negócios que floresceram desde o início da civilização, a religião. Estas "companhias de seguros" para o único acidente que de certeza acontecerá, a morte, são um verdareiro negócio da China. (E não só! Também existem no Japão, na Guiné-Konakri, no Botswana, nos EUA, na Linha de Cascais, etc...)
Porque é que são um excelente negócio, pergunta o intrigado/afrontado/refastelado leitor?
Porque se por acaso os fieis a qualquer religião descobrirem que essa mesma religião lhes mentiu - ao lhes prometer um lugar no "céu" - e forem parar a um sitio como a entrada da ponte 25 Abril numa tarde de Verão ou mesmo a lado nenhum, estarão demasiado mortos para poderem pedir um reembolso.
Passando à frente, nestas coisas da formação de religiões, há muito a ter em conta.
Vamos por partes.
O primeira decisão, fulcral à implementação de qualquer religião, é a denominação da mesma. E nesse contexto, o Arranha ponderou várias hipóteses, Arranhólica, Arranhasmica, Arranhia ou mesmo, Arranhapitólica. Apesar do meu gosto pessoal recair sobre a última, a minha sapiência em marketing faz-me contemplar a realidade de uma mais fácil captação por parte do fiel de qualquer uma das restantes possibilidades.
Dito isto, ficará como religião Arranhólica.
O próximo passo será a denominação dada pela religião Arranhólica à força superior da qual essa mesma religião terá uma fictíciamente compravada procuração.
Após uma vasta meditação, o Arranha decidiu que essa força superior dever-se-ia chamar.... Ião!!
Porquê?
Porque o nome dessa força superior deve transmitir poder, sapiência e castigo. Que palavra melhor do que...Ião. Vá, entoam-na alto.
De seguida, há que escolher o nome do guia de conduta para os fieis, que noutros casos tem o nome de Biblia, Alcorão, Tanakh (judeus), etc.
Ora bem, na religião arranhólica esse guia será denominado de Pantagruel. Um nome conhecido nas lides literárias e que inspira sapiência e veracidade.
Chegamos então à mais dificil escolha, a escolha do profeta. A escolha desta personagem é fundamental pois ele será a personagem principal do Pantagruel, logo, terá de ter algumas características que me parecem reunidas em três pessoas. O profeta dos Arranhólicos deve ser uma mescla das caracteristicas de Jorge Gabriel (simpatia e alguma falta de testosterona), Russel Crowe (que reduz esse défice de testosterona) e o Super-Homem. Por outro lado, para escolha do nome do profeta convém que seja algo que deslize na língua, como Dalai Lama, Jesus Cristo ou Maomé. Curiosamente, dei por mim a pensar que a busca por um nome para um profeta assemelha-se bastante à busca por um nome artístico na eventualidade de enveredarmos pelo meio da pornografia. Assim sendo, o nosso profeta será... Ramón Allez. Reparem bem como ele desliza na língua (2º vez), qual vinho encorpado com taninos suaves que estagiou em barricas de carvalho francês.
Depois há a ponderar que tipo de morte terá Ramon, pois ele terá de sofrer por todos nós. Só assim nos sentiremos em falta para com ele.
(Num aparte sério, acho curioso como se diz que as crianças são vulneráveis e impressionáveis à violência que hoje passa nas televisões e no entanto, são confrontadas desde novas com a pseudo-realidade de que um homem foi crucificado para as salvar. Nada violento e nada impressionável, caros leitores...)
Dito isto, a religião arranhólica levará ao extremo a violência, agindo pela pior violência de todas, a psicológica. Ramon Allez foi obrigado por homens, pelos quais nos devemos sentir culpados, a ouvir - de seguida, atenção - os três últimos albúns de Celine Dion. Querem mais violento do que isto? Eu não consigo imaginar...
Bem, passando à frente, abordemos agora a escolha do nome para o recinto físico - noutros casos, igrejas, mesquitas, sinagogas, etc... - onde vão ser reunidos os fieis. Essas reuniões serão feitas às sextas-feiras à noite e esse local deverá contemplar uma aura de pureza, respeito e contemplação, logo, chamar-se-á.... Disco... e terá uma bola espelhada no meio.
Simples, mas eficaz, caro leitor.
Nestas assembleias haverá um discurso por parte de um ministro, fiel ao papa Arranhiço, que servirá o propósito de fazer ver aos fieis como eles estão em falta perante quer Ramon Allez, quer Ião. De seguida, passarão cestos para que os fieis -de livre e espontânea vontade - contribuam para o bem-estar económico da religião Arranhólica.
Penso que não vos restarão dúvidas de que estamos perante um sucesso garantido em termos de burla, perdoem-me, religião.
Chegamos agora à parte em que o leitor ficará a saber o que lhe é oferecido por esta religião. E nesse sentido, a religião Arranhólica terá de se sobrepor a todas as outras em termos de prémios e repressão, cerne e borne de qualquer religião.
Ora bem, na religião arranhólica, será atingido um estado de Pearl Jam, que suplanterá o estado de Nirvana atingido pelos budistas. Desse modo, o mercado budista será absorvido pela religião arranhólica. Na vida pós-morte, haverão não 72 virgens mas sim 84. Logo, dessa forma todo mercado islâmico masculino será absorvido. O mercado islâmico feminino virá por arrasto pois como sabemos, a emancipação da mulher é coisa que ainda virou moda no islão (tal como nas outras, for that matter ).
Finalmente, como atingiremos o mercado católico, perguntará o leitor. A partir de uma simples coisa, a repressão. Na religião arranhólica, não só não se poderá usar preservativos, ver televisão, ler e usar a internet como também não se poderão comer palmiers.
Recheados, cobertos ou simples. Todos eles serão proibidos aos fieis da fé arranhólica.
Porquê?
Por razão absolutamente nenhuma. E acreditem meus amigos, são estas repressões irracionais que surtem melhor efeito no mercado da religião.
Depois, e seguindo o ensinamento dado pelas outras religiões, há que reprimir ou castigar a mulher. E para isso o Arranha, pensando em seu próprio benefício, decidiu que as mulheres arranhólicas não podem falar quando um homem está ver a bola (a não ser de algo que interesse ou seja urgente para o homem) ou pedir para mudar de canal.
E pronto, cá está, caros amigos.
A nova religião do século XXI.

Sunday, April 23, 2006

Há que ter a noção

Pois é, meus amigos e amigas...
Há que ter a noção.
De quê?
Das coisas que se diz.
Chegou aos ouvidos do Arranha a declaração do primeiro-ministro inglês, Tony Blair, em que este afirmava que, por noite, dava 5 doses de prazer à esposa.
Ora bem, após ouvir estas palavras, das quatro, uma:
Ou Tony Blair é um aldrabista ao nível do Arranhiço, algo que me parece pouco crível após a mais que compravada pertinência da guerra no Iraque...
Ou Tony Blair é drogado, enfrascando-se furiosamente com vários comprimidos azuis após o jantar...
Ou Tony Blair é um adúltero psicológico, pois tendo em conta a beleza da miss Blair, apenas a primeira dose será psicologicamente fiel à esposa. Todas as outras terão diferentes protagonistas, das quais apenas uma o Arranha poderá partilhar convosco. Essa será Maria Barroso vestida de colegial sexy (o único fetiche de Tony Blair que chegou ao conhecimento do Arranha). Quanto às outras, não sei...
Ou Tony Blair é o Homem-de-Ferro (a mais credível de todas possibilidades dadas pelo Arranha), e como tal, tem uma pilinha rica em Fe3+, ou seja, algo que consegue acolher sem mácula o esforço dispendido por 5 "badaladas" por noite.
Deixo agora ao critério do leitor, a busca da verdade.
Noutra perspectiva, a declaração efectuada por Tony Blair traz de volta o eterno debate de se a quantidade equivale à qualidade.
Na opinião do Arranha, depende.
E porque é que depende?
Porque esta relação, entre quantidade e qualidade, depende duma interdependência que acenta na velha questão entre o que é mais importante, se a qualidade, se a quantidade. Para umas pessoas será uma, para outras será outra. E tal como no eterno debate entre a forma e a função, parece-me que uma não existe sem a outra e assim, culminando este explendoroso raciocínio, não chegamos a lado nenhum. Ou seja, o leitor acabou de presenciar mais um belo exemplo de masturbação intelectual.
Passando à frente, o Arranha vê esta questão do número de "badaladas" por noite como algo que está intimamente ligado a questões temporais e disponibilizacionais (palavra inventada).
Porquê?
Porque a ideia de dar por norma 5 badaladas por noite é algo que assusta o Arranha, homem com pretensões ecléticas, que gosta de ler, escrever, visionar cinema, obrar com calma, enfim... toda uma panóplia de hobbys que não coabitam com a realidade temporal necessária para a prática de 5 badaladas.
Não se enganem, o Arranha é um fiel advogado da prática sexual, mas também tem mais que fazer.

Wednesday, April 19, 2006

Despertador - 7h

Há quem diga que "Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer." Se dá saúde e faz crescer, isso é algo que o Arranha não sabe. Agora, que provoca uma actividade cerebral altamente discutível, lá isso, não tenho dúvidas.
Assim sendo, o Arranha gostaria de partilhar com os leitores um exemplo de uma auto-conduta, resultante de se ter de levantar a horas impróprias para qualquer mente evoluída.
7h - Tocam os vários despertadores.
Estes encontram-se colocados em sítios de difícil acesso, por forma a provocar uma morosidade no acto de serem desligados. Como complemento a esta prática, são espalhados pionezes (será que está bem escrito?) no chão, criando um verdadeiro "campo de minas" que servirá o propósito de "minar" o sono ao Arranha.
Após toda uma sinfonia - da qual o Arranha é maestro - constituída por toques de despertadores, gritos lancinantes de dor e objectos em queda... vem um silêncio que precede a entrada no WC.
Normalmente, ou seja, quando o Arranha se levanta depois das 8h30, a entrada no WC já conta com uma actividade cerebral que ronda os 20-25%. No entanto, às 7h quem estará suficientemente lúcido para fazer uma estimativa correcta? Eu não.
Passando à frente, o Arranha chegou a um local que numa primeira instância lhe pareceu uma casa de banho. Dentro desta crença, viu-se livre das suas vestes e preparou-se para penetrar na banheira... Mas algo estava mal no reino da Dinamarca.
Para seu espanto, no local onde se encontrava não existiam os importantes - para a lavagem corporal - iténs das torneiras, do chuveiro ou até mesmo da banheira.
Algo intrigado, o Arranha moveu o seu olhar para a esquerda e vislumbrou 12 botões brancos com as inscrições dos números 1 a 12 na sua face.
Ainda mais intrigado, o Arranha moveu novamente o olhar, agora um pouco para cima dos ditos 12 botões, e aí, deparou-se com um nome reluzente.
Esse nome era Otis e estava bem secundado por uma bonita e poética frase, "Limite: 350 Kg (5 pessoas)".
Foi com estes dois pequenos momentos de iluminação que o Arranha, pessoa inteligente que é, percebeu que se encontrava num objecto semi-público de mobilidade vertical, mais conhecido por Elevador.
Mais esclarecido, o Arranha pegou nas suas vestes e dirigiu-se, agora com "Norte", para a verdadeira WC.
Chegando lá, pousou as roupagens, e penetrou com um pequeno tropeçar para dentro da banheira.
Seguidamente, começou a esfregar os tom...
Queriam saber o resto, não era?!
Bem, volvidos 10 minutos de lavagem, o Arranha levantou a inevitável questão, banal a qualquer pessoa que se levanta às 7h da manhã.
"- Será que já lavei o cabelo?"
Olhando para a "auguinha" que ladeava os seus pézinhos, o Arranha buscava a verdade que só a presença ou não de bolhinhas brancas pode descortinar. Não chegando a nenhuma conclusão, o Arranha, prosseguiu a lavagem como se ela tivesse começado nesse instante.
Saindo com uma toalha de rosto à volta da cintura, o Arranha sentiu-se frágil e apanascado. No entanto, esta aura de mariquice foi interrompida - ao deitar a toalha para cima da cama, ficando nu - por uma questão que apenas surgirá a quem se levanta às 7h da manhã.
Essa questão era:
"Quantos centímetros ganharei eu de pila, se rapar os pêlos púbicos?"
São estas questões filosóficas... questões que jazem na vanguarda do conhecimento e da percepção... que apenas surgem quando se está no estado mental de quem acordou às 7h da manhã.

Thursday, April 13, 2006

Apontamento Cinéfilo

Vejam o filme Infiltrado. Grande filme acção com um argumento à antiga.

Tuesday, April 11, 2006

Carta aberta aos homens portugueses

"Não temos vida fácil"
Esta é uma frase que ouço a muitos dos meus CC (Conterrâneos-Congéneres) proferir.
De certa maneira concordo com eles, pois sem dúvida que a mulher portuguesa não nos torna a vida fácil. No entanto, há a referir que com abertura das nossas fronteiras aos países Leste toda essa temática se alterou drásticamente. As habitantes destes países vêem as nossas características - pequenez, mesquinhez ou qualquer outra coisa acabada em ez - como algo positivo.
É verdade que a mulher portuguesa não é fácil - graças a Deus! - e que no campo sexual nos temos de debater com uma feroz abstinência de príncipio - Deus, neste campo, não sabia o que andava a fazer - mas no fundo, são elas que nos complementam em todos os aspectos.
Até nas convenções sociais ligadas aos relacionamentos, vejo que os portugueses - incluindo eu - se queixam do conservadorismo e restrição impostos pela sociedade.
Logo, é exactamente para relativizar esta última questão que irei partilhar com os meus compinchas duas histórias que irão fazer reluzir o seu teclado dentário. Porquê?
Por compreenderem a sorte que têm ao serem portugueses.
Ora bem, a primeira história diz respeito a uma tribo em Africa, os Batatas TiTi (nome fictício, caso não tenham reparado).
Nesta tribo havia um rapaz de nome Bélélé que gostava muito de uma rapariga, a Bilili. Como era normal nesta tribo, os lábios vaginais de Bilili - desculpem ter entrado logo assim - tinham sido cosidos quando esta tinha apenas a tenra idade de 6 ou 7 anos. À medida que a paixão entre Bélélé e Bilili ia aumentando, aumentava o seu desejo de contrairem matrimónio por forma a poderem ter relações sexuais. A grande questão desta história, caros amigos, é que para o matrimónio ser válido, o noivo tem de apenas numa estocada fálica romper as amarras vaginais e quebrar o He-Man (Heroi do Arranha em pequeno) da noiva. Isto tudo defronte dos três anciões, Huguinho, Zezinho e Luisinho (nomes fictícios, NF).
Caso Bélélé não passasse esta prova, seria banido da aldeia para sempre.
Agora, caros leitores, imaginem a pressão.
O que é um facto é Bélélé, tal como o Sporting, não aguentou a pressão e claudicou (uma das palavras preferidas do Arranha).
E é este facto que nos traz à segunda história...
Bélélé, caído em desgraça, decidiu pôr o assunto Bilili atrás das costas e emigrar.
O país escolhido foi a India.
Ora bem, andava Bélélé a visitar novas paisagens e novas gentes quando conheceu Quéfroa (NF), da tribo dos Cereais Chocapic (NF). Ao vislumbrar a beleza de Quéfroa, beleza essa quase nula, Bélélé sentiu um arrepio e verificou que o seu coração estava inundado de amor pela pequena. Foi ter com o pai de Quéfroa, o poderoso Quéfro (NF), e pediu para cortejá-la.
Até aqui tudo bem, não é meus amigos, mas há um pequeno senão nesta bela história de amor. Esse pequeno senão é que na tribo dos Chocapic, a noite de núpcias é passada com o pai da noiva, e garanto-vos, não vai ser ele o maquinista do comboio.
Dito isto, qual será a razão para semelhante comportamento, inquire o intrigado leitor?
É simples, caros leitores, é para que o esperma que posteriormente consagra a vagina da menina seja baptizado pelo do pai.
"Nojento!", estarão neste momento a pensar alguns leitores - ou então "Ai que bom!", pensarão outros tantos - mas o que é um facto é que estas tribos existem, talvez com outras denominações, mas existem.
E é exactamente por esta razão que vos digo...
- Sorriam caros amigos, e que estas duas histórias nos sirvam de exemplo para o que outros homens têm de sofrer para alcançar a tão desejada fêmea.

Talvez seja verdade...

O Arranha, homem de infinitos recursos no que diz respeito à captação de informação ocultada ao público em geral, vem mais uma vez partilhar um pedaço de história que à sua pessoa chegou.
Este pedaço de história diz respeito à bonita e nada polémica temática da religião imoral, perdoem-me, religião e moral. Ora, o pedaço de papel em causa é, nada mais nada menos, do que uma transcrição de uma reunião dos apóstolos de Jesus Cristo, reunião essa que teve lugar em 31 d.c. no Centro Comercial Imaviz.
Não irei descrever o documento na íntegra pois isso levaria a que o leitor entra-se num estado de sonolência complementado por um inevitável fluxo de baba activado pela gravidade.
Dito isto, comecemos pelo facto mais importante que é comprovado por este documento. Esse facto diz respeito à denominação do idolatrado messias. Durante todos estes anos pensou-se que o nome do messias era Jesus Cristo... Nada mais errado. O verdadeiro nome de Jesus Cristo era Walter Samuel.
Walter da mãe, Samuel do pai.
Continuando, foi decidido pelos apóstolos, numa primeira fase de concepção da história, que o nome Walter Samuel não era adequado como marca registada para a prática de milagres ou já agora, para a mensagem de Deus, daí que tenha sido adoptado o nome Jasus. É verdade meus amigos, é nesta descoberta que percebemos como todas as velhinhas que proferiam as palavras "Ai Jasus!" estavam certas.
Ora bem, para semi-espanto do próprio Arranha, está neste documento a prova de que Jasus é de facto uma figura mitológica. Jasus não é mais do que o primeiro super-heroi! Heroi este criado pelos chamados apostólos. Dito isto, o Arranha pesquisou e chegou à curiosa realidade de que a tradução para hebraíco da palavra apóstolo é, nada mais nada menos, do que Marvel.
Tudo se começou a encaixar a partir desta descoberta e mais ainda, após verificar o diálogo que de seguida irei transcrever.
" São Pedro - Ouçam lá. O que é que vocês acham de ele ter sido picado por uma abelha e começar a ter riscas amarelas e a picar até à morte os maus?"
São Lucas - Lá começa este gajo com a mania de que todos os herois foram picados por alguma coisa. Caro amigo, primeiro, o amarelo está completamente fora de moda, para além de dar um ar um bocado amaricado ao tipo e segundo, ninguém quer ver um tipo a picar outro até à morte.
São Mateus - O Lucas tem razão pá. Acho que o melhor é ele ser um tipo aparentemente normal do tipo Super-Homem. Ou seja, ele já nasceu com os poderes... finge mas é que não os tem para se poder misturar com o resto da maltosa terrestre. (plágio a Tarantino, este São Mateus sempre me pareceu um bluff)
São João - E ele começa logo a fazer milagres?
São Pedro - Não pá. No outro dia vi um filme muita giro que se chamava "De repente, já nos trinta!" e lembrei-me que o Jasus podia ser desse género, ou seja, quando começa a parte porreira dos super-poderes, ele já tinha trinta anos. Até porque não acredito que a malta mais velha seguisse com atenção as aventuras de um puto de 13 anos a fazer milagres. Para isso já bastou o "Spy Kids".
S.J. - Tens razão, Peter. Bem, ó Marcos inventa lá aí umas cenas porreiras como introdução aos super-poderes do Jasus.
São Marcos - Epá, acho que as cenas de curas vendem sempre muito bem e dão logo um ar de que ele é um tipo catita. Por mim, começavamos por curar um cego, um leproso e um lampião.
S.Pe. - Ó Marcos, esta merda tem que ser minimamente credível. Curar um lampião é coisa que ninguem vai acreditar. Esses gajos nascem tortos e hão-de morrer tortos. E se fosse um paralítico?
S.Mc. - Acho isso um bocado repetitivo mas como tu és um gajo porreiro, eu cedo.
S.Pe. - Tás muito querido pá, o que é que se passa contigo?
S.Mc. - Comi umas costeletas de porco e tou com uma azia do caraças. Aliás, digo-te uma coisa, se vejo um cabrão de um porco (adoro estes insultos a animais, bem ao jeito de cabra da cadela ou porca da vaca) à minha frente, atropelo-o com a minha nova carroça Strakar.
S.Pe. - E se metessemos o Jasus a fazer qualquer coisa a uns porquinhos?
S.J. - Gosto dessa ideia. No outro dia também comi uma Carne de Porco à Alentejana que não me caíu muito bem.
São Paulo (o mais sádico de todos os apóstolos) - E se o Jasus os afogasse?
S.Mt. - Lá vem este gajo com as cenas sádicas...
S.Pa. - Não era ele com as próprias mãos que os afogava. Eles é que se afogavam a si próprios... tipo suicídio suíno. Já estou a ficar excitado com esta ideia.
S.J. (sorrindo) - Não existes Paulo, mas realmente é uma ideia a ponderar.
S.Mc. - Eu apoio a ideia do Paulo!
S.L. - Epá, essa coisa da água deu-me a ideia de que Jasus podia respirar debaixo de água.
S.Mc. - Essa merda já tá muito vista. Ou queremos fazer alguma coisa de inovador ou não vou estar aqui a comprometer a minha integridade criativa.
S.J. - Lá começas tu com essas paneleirices artisticas... Tem calma pá, o Lucas disse que era uma possibilidade mas não é algo final. Sinceramente, Lucas, acho que o Marcos tem razão porque até o panasca do Homem da Atlântida, já tem esses poderes. Temos que arranjar algo novo que ainda ninguém tenha feito... mas por outro lado, a ideia da água agrada-me.
S.L. - E se Jasus andasse sobre a água?
S.Mc. - Agora sim, caro amigo, isso já é uma ideia digna de um gajo como deve ser. Mas só andava ou também corria?
S.L. - Andava, corria, saltava, epá... o que tu quiseres!
S.Mc. - Mas se quisesse, mergulhava?
S.L. - Claro.
S.Pe. - Epá, lembrei-me agora que o tipo também tem de ter o seu Kryptonite, ou seja, qualquer coisa a que ele não seja imune.
S.J. - Ele não é imune a nada porque essa cena da imunidade já passou de moda, o que tá a dar são gajos que têm que as mesmas fraquezas que os homens mas que depois se transcedem para ultrapassá-las. Só assim é que as pessoas se vão identifcar com o nosso heroi.
S.Mt.- Vê-se logo que este gajo é do Norte, carago. Jota, não tás 99% certo, tás 100%.
Todos os outros acenam afirmativamente com a cabeça.
S.Mt.- Ouve lá, ó Lucas, esse jarro que tá ai ao teu lado tem o quê?
S.L. - Só água, caro amigo, só água...
S.Mt. (suspirando) - Transformar água em vinho... isso é que era um milagre como deve ser.
S.J. - E quem é que ia acreditar nisso?
S.Mt. - Ninguém. E daí, talvez até houvesse uns quantos."

Thursday, April 06, 2006

Plagiar é mau. Excepção nº1

Paula não se agüentou e contou para a Érika:

- Viram teu marido entrando num motel.
A Érika abriu a boca e arregalou os olhos. Ficou assim, uma estátua de espanto,durante um minuto, um minuto e meio. Depois pediu detalhes.
- Quando? Onde? Com quem?
- Ontem. No Discretíssimu's.
- Com quem? Com quem?
- Isso eu não sei.
- Mas como? Era alta? Magra? Loira? Puxava de uma perna?
- Não sei, Érika.
- Miguel me paga. Ah,se me paga!!!!
Quando o Miguel chegou em casa a Érika anunciou que iria deixá-lo e contou por quê.
- Mas que história é essa, Érika? Você sabe quem era a mulher que estava comigo no motel. Era você!
- Pois é. Maldita hora em que eu aceitei ir. - Discretíssimu's! Toda a cidade ficou sabendo. Ainda bem que não me identificaram.
- Pois então?
- Pois então que eu tenho que deixar você. Não vê? É o que todas as minhas amigas esperam que eu faça. Não sou mulher de ser enganada pelo marido e não reagir.
- Mas você não foi enganada. Quem estava comigo era você!
- Mas elas não sabem disso!
- Eu não acredito, Érika! Você vai desmanchar nosso casamento por isso? Por uma convenção?
- Vou!
Mais tarde, quando a Érika estava saindo de casa, com as malas, o Miguel a interceptou. Estava sombrio:
- Acabo de receber um telefonema - disse. - Era o Faustinho.
- O que ele queria?
- Fez mil rodeios, mas acabou me contando. Disse que, como meu amigo, tinha que contar.
- O quê?
- Você foi vista saindo do motel Discretíssimu's ontem, com um homem.
- O homem era você!
- Eu sei, mas eu não fui identificado.
- Você não disse que era você?
- O quê? Para que os meus amigos pensem que eu vou a motel com a minha própria mulher?
- E então?
- Desculpe, Érika, mas...
- Mas o quê???
- Vou ter que te dar uma surra...

(Luiz Fernando Veríssimo)

Sunday, April 02, 2006

Indicadores de terceira idade

O Arranha vem-vos hoje falar com o coração em mágoa. Digo isto, porque me deparei com a realidade de que o meu pater familis, o Arranhão, já não está nas melhores condições intelectuais, ou seja, no termo técnico, está a ficar ChéChé.
Esta penosa realidade desabou sobre mim, sob a forma de duas situações.
A primeira foi um indomável grito (másculo, atenção!) de "Golo!!!" às 18h39m da tarde de Domingo. Tudo seria normal se o jogo em causa não fosse o Maritimo-Boavista, um jogo completamente despojado de interesse, especialmente para um sportinguista, como é o caso do Arranhão.
De seguida, ocorreu a situação tira-teimas que comprovou o elevado grau de ChéChézice do Arranhão. Esta situação foi o esclarecedor questionar ao Arranha, "Se vocês hoje ainda dançam o rock?". Penso que não precisarão de mais palavras, caros leitores, pois agora compreendem a minha tristeza.
Se por acaso fosse "ainda dançam rock?", talvez houvesse margem para engano no diagnóstico. Agora, "o rock". Dito como se fosse ainda algo de proscrito.
Penso que estarão de acordo de que o lar é única opção viável.
Deixa-vos com a partilha desta mágoa e com a certeza de que a afirmação de "o rock" é apenas mais fase na longa caminhada em direcção à poeira...

P.S. Tenho alguma pena de toda esta situação pois eu e o Arranhão tinhamos acabado de ser convidados para posar semi-nus para a capa de uma revista feminina.
Azar o vosso, meninas!

Maltosa irritante, Parte II

Como neste planeta sobrepovoado, há - felizmente - muita maltosa irritante, o Arranha vai poder, mais uma vez, exercitar o seu "bicep" da má-língua.
Ora bem, demos então início à contenda.
MI1) Apresentadores de programas da manhã
Os elementos desta espécie rara são primeiro retidos em cativeiro e posteriormente libertados para o mundo quando ascendem à idade adulta. Nesse cativeiro, reina a alegria durante as 24 horas do dia, ou seja, estamos a falar de um local semelhante à bem mobilada sala de chuto do antigo Casal Ventoso. Passando à frente, a boa disposição permanente é algo que irrita profundamente o Arranha e nestes programas essa característica rima com a parolice, o que de certo modo acaba por atrair o Arranha, sendo o pequeno pensador, um adepto da degradação intelectual. Como exemplo da parolice, podemos enumerar as sebosas Sonia Araujo e Merche Romero e a desdentada da TVI, a qual faço questão de não saber o nome. Por outro lado, em relação aos apresentadores masculinos, a escolha pauta-se pela ausência de testosterona. Quanto ao foro sexual da coisa, o Arranha não tem problemas, agora em relação à boa disposição permanente, a coisa "fia mais fino". A inacreditável paciência, leia-se bravura, com que se batem com o elevado número de Homo Erectus (como ex.: as velhotas da TVI que são apaixonadas por José Castelo Branco) que se deslocam ao estúdio todos os dias, faz com que o Arranha alerte o leitor para este tipo de pessoas. São elas o primeiro passo em direcção à estupidificação e a toda a alegria a ela associada.
MI2) Os ressabiados da constipação
Este grupo engloba todas aquelas pessoas que tal como o Arranha, adoram a constipação mas, no entanto, não a conseguem alcançar. É neste ponto, ou seja, o alcançar do objectivo, que o Arranha parte para a definição deste grupo. Há um espécimen destes em todas as familias e de um modo geral ele é tratado por pai, mãe, avô, avó ou mesmo tio. Este é aquele indíviduo que quando se depara com uma pessoa constipada afirma de imediato num tom de ressabiamento: "Onde é que apanhaste isso?" ou ainda, "Como é que apanhaste isso?". Ora bem, esta pergunta demonstra a completa inabilidade, leia-se frustração (hoje estou numa de ler), para a captura do vírus postador da dita constipação. Dito isto, obviamente que para uma autoridade no campo da captura de constipações, leia-se o Arranha, é extremamente aborrecido ter de explicar como se processa todo este processo. No seu caso, o segredo está no pezinho, algo que já referi anteriormente. Noutros casos, terão de ser as próprias pessoas a encontrar o seu Santo Graal. E é exactamente nesta verdade de Lapalice (acabei neste momento de entrar para o campo dos eruditos) que o Arranha baseia a sua extrema irritação pelos questionadores do Santo Graal Constipalístico (neste momento o leitor deverá estar sexualmente excitado com a eloquência do Arranha).
MI3) Pagadores de contas
O Arranha, como bom cidadão que é, promove, defende e além disso, corrobora da lógica de que cada pessoa deve pagar as suas contas a tempo e horas. No entanto, este acto nunca deve ser feito num multibanco, defronte da pessoa que vos está a comunicar neste momento. Porquê? Porque o Arranha, como pessoa ocupada que é, anda sempre a correr (tipo Forrest Gump, o que só por si atesta para a erudição do que o leitor está a ler), logo, a espera atrás de pessoas que persistem em penetrar o cartão numerosas vezes na caixa multibanco (ou dir-se-á caixa-de-multibanco), induz a que, de acordo com a espera, o Arranha comece a ter pensamentos ligados à temática do homicídio. Concluindo, é minha opinião que deveria haver uma limitação aos pagadores de apenas uma penetração por cada utilização da caixa multibanco.
Para finalizar e ainda ligado a esta temática, temos aquelas pessoas que após a remoção do cartão permanecem defronte da máquina, estupefactos, a vislumbrar o seu escasso saldo. O Arranha afirma desde já com alegria que este tipo de pessoas pode contar com um belo fuzilamento quando o Arranha ascender ao poder.