Wednesday, May 31, 2006

O clube do Choca Lá

O clube do Choca Lá, mais conhecido por Hi5, merece hoje atenção por parte do Arranha.
Primeiro, vamos ao porquê de no meio académico se utilizar a terminologia Choca Lá.
O Choca Lá difere do Choca Aí por questões relacionadas com a altura em que o contacto entre as mãos é feito. No Choca Aí, a altura de impacto entre as duas mãos situa-se ao nível do peito, centro geográfico da fracção superior do corpo. É exactamente nesse ponto cardial que se situam as principais energias masculinas, daí que um Choca Aí seja um claro invocar da sempre salutar fraternidade masculina. Completando, neste cumprimento - o Choca Aí - há um crescendo não-competitivo de duas forças masculinas com o intuito de solenizar a relação em causa.
Por outro lado, o Choca Lá é americanização apanascada de um belo Choca Aí. Primeiro, é executado numa altura acima da cabeça, o que torna a que o movimento seja semelhante ao de se tentar matar uma mosca cuja rota de vôo se situe numa esfera acima da nossa. Depois, porque na sua correcta execução deve englobar um "saltito" efeminado, qual Cindy a colher laranjas.
Depois desta gnosiologia (palavra vista no dicionário) do vocábulo Choca Lá, passemos então a uma abordagem mais social.
O Hi5 serve para inventar amigos que não se tem, ou seja, fomentar o parasitismo social, dar uma ideia falsa acerca da real beleza física e detorpar uma talvez inexistente capacidade intelectual. Enfim... um antro de falsidade.
E como tal, o Arranha - fiel advogado da degradação mental, social e corporal - fez-se membro logo ao segundo dia.
E a partir daí têm sido só alegrias. Tenho amigos e amigas a rodos. Uns conheço, outros não. Mas todos bons amigos, prontos a ajudar nas horas difíceis.
Várias coisas se passam no hi5 e uma delas é a muita apreciada - pelo Arranha e seus pares - masturbação feminina.
Há pessoas, tristes por sinal, que fazem comentários às fotos das meninas, pensando -digo eu - que a mulher gosta de ser bajulada publicamente. A esses "compichas" (desculpem a brejeirice, mas esta é a verdadeira palavra que mais tarde se metamorfizou, tornando-se o nosso conhecido compincha) devo-lhes pedir auxilio pois sempre que faço um comentário a uma foto feminina, ele nunca é aceite e publicado.
Entre eles, incluem-se:
"Olá. Pareces a minha avó."
"Tens ar de doméstica."
"Desculpa, és menino ou menina?"
"Deves ser a favor do aborto senão não existias."
"Isso é a tua cara ou é o teu rabo?"
"Deixa lá, a beleza interior é que conta."
"Tens patrocínio da Michellin?"
ou um simples,
"És muita feia, pá!"
Até já fiz comentários pela positiva, como "Tens uma tromba fixe!" ou "Bela prateleira" e mesmo esses, nicles...
Enfim... não percebo.
Agora digam-me lá caros leitores porque é que as meninas preferem coisas como:
Exemplos reais
"Porra!!! Tás mesmo gira nesta foto" disse o Vasco à Luisa.
ou "Tás mt sensual e com um sorriso mt faboloso! Aliás, és um amor!" disse o Miguel à Inês.
e para finalizar,
" Comentários para qué? Ela é..simplesmente......linda!!!!!!!!!!!!!!" disse o Joaquim à Margarida.
(frases retiradas na íntegra do site)
E são estas tristes frases que as meninas publicam, frases sem contéudo programático e abstidas de qualquer valor literário ou enflamitionário (palavra inventada).
Mas mais baixos e censuráveis do que os homens que proferem estas frases, são meninas que as publicam. Meninas que precisam de ter um tótó (termo técnico) que lhes alimente o ego... Triste, caros leitores, muito triste...
Depois ainda temos as meninas que - e aí tenho não tenho qualquer explicação lógica para esse acontecimento - publicam fotos que são tão apelativas ao ser masculino como fotos da unidade de queimados do Hospital de São José.
Terminando, que belo é este mundo de grupos de amigos via internet, um mundo baseado na mentira, na masturbação e na superficialidade.
E ainda nos quer, o pusilânime do papa Bento XVI, tirar isso.
Não há direito.

Wednesday, May 24, 2006

Finalmente, a resposta.

É verdade, meus amigos/as.
Inúmeras são as vezes em que as respostas para situações incompreendidas são-nos invocadas por outras situações que à primeira vista nunca estariam relacionadas.
É assim que se faz todo progresso científico, e pensando bem, porque não seria assim neste caso?
O tema em questão é a eterna questão do porquê de os homens necessitarem de estar permanentemente a jogar bilhar de bolso - leia-se, coçar os tintins -.
Se repararmos atentamente, esta questão poderá situar-se ao nível das necessidades primárias dado que é transversal a todos os extractos sociais. Toda gente coça os tintins (e tira proveito disso), desde o rei ao mais petulante mendigo, desde o filósofo ao índividuo mais atónito e iletrado.
Dito isto, qual será então a razão para semelhante comportamento?
A resposta veio após um estudo de vários anos, estudo esse que envolveu várias vertentes/campos/temáticas.
Esse moroso estudo começou - invariavelmente - no banho. Uma certa vez, estava o Arranha, também conhecido por filósofo higiénico, a ponderar que shampoo deveria usar.
Tinha à sua escolha várias hipóteses:
- Shampoo para cabelos loiros
- Shampoo para cabelos lisos
- Shampoo para cabelos encaracolados
- Shampoo para cabelos oleosos
e finalmente, o meu preferido,
- Shampoo para cabelos sujos
Ora, como decerto o leitor já saberá, o Arranha pauta a sua vida por uma acérrima metrossexualidade (ou seja, o Arranha gosta de fazer o amor no metropolitano), mas para além disso, encontra uma certa calma num bem-estar corporal. Assim sendo, após ponderar decidiu que tal como noutras circunstâncias, "o seu ao seu dono" era uma expressão que deveria imperar nesta temática da escolha do shampoo. Concluindo, dado que o Arranha tem o cabelo liso em cima e encaracolado em baixo, optou por usar esses 2 items. Com essa acção, o Arranha elevou o seu grau de metrossexualidade aos píncaros.
A correlação desta questão com a da coçagem dos tintins tem a ver com o facto, já certamente compreendido pelo leitor, de que após esta conduta - a do uso de 2 shampoo's -, o desejo de coçar os respectivos tintins desapareceu. Após ponderar sobre esta questão, o Arranha decidiu ir para o campo - leia-se, mundo exterior - colher uma amostra - leia-se, uma impressão geral -. (Quando o leitor já estiver farto de ler, dê um murro no monitor). Após um estudo de mais de quatro anos, o Arranha chegou às seguintes conclusões:
- Os individuos de qualquer raça mas com cabelo encaracolado, não coçam os tintins
- Os individuos de cabelo liso ou carecas, coçam os tintins uma média de 3.4 x/h
- Os individuos do Benfica - de qualquer campo capilar - coçam publicamente, a uma média 7,8 x/h e com a mão por dentro das calças.
Assim sendo, o Arranha percebeu que a situação precária dos individuos de cabelo não-encaracolado, por terem dois tipos de cabelo, lhes obrigava a ter de escolher pelo shampoo indicado para o cabelo que está mais vísivel (o situado em cima cabeça), descorando as peculiaridades do restante. Assim sendo, o Arranha descobriu que a resposta para este problema reside num assumir da necessidade do uso de dois shampoo's.
No entanto, será essa conduta realmente benéfica para o ser coçante?
A resposta do Arranha é rotundo NÃO.
Há lá coisa melhor do que ir à casa-de-banho, quando se tem vontade... do que brincar aos pais e às mães, quando estamos excitados... do que comer uma feijoada, quando estamos com fome...
É por isso caros amigos e amigas, que apesar de saber a resposta ao problema, o Arranha prefere permanecer na insuficiência, na imperfeição higiénica, na parcialidade capilar.
Mas não será exactamente a perpétuação da imperfeição que nos identifica como seres individuais?

Saturday, May 20, 2006

Apontamento cinéfilo

Vejam o filme Por um fio de Scorcese, com o Nicolas Cage. Apenas está nos clubes de video mas é uma obra prima muito pouco divulgada. Num pequeno aparte, tenho pena que recentemente Scorcese tenha embarcado numa espécie de parceria - com L. DiCaprio - que de bom não lhe trouxe nada.

O Arranha também chora

É verdade, caros compinchas.
É neste areópago de intelectualidade que o Arranha decidiu sair do armário e admitir que por vezes, chora.
E quem o inspirou a tomar semelhante acção?
Pedro Granger.
Esse "talentoso" choractor, que gosto de apelidar de Cebolinha, inspirou-me a admitir como também choro.
Na sociedade humana, o homem sempre teve o estigma de não poder chorar sob pena de ser visto como frágil. É exactamente contra estas repressões redutoras dos sentimentos que vai a lógica do Arranha em preconizar a prática do choro.
O choro, na óptica do Arranha, é o exteriorizar de emoções, emoções essas que não devem ser reprimidas. Aliás, será exactamente no à vontade que uma pessoa tem em demonstrar as suas emoções que reside, a meu ver, a sua força. Nesse sentido, um homem duro é um homem que chora.
Passemos a exemplo.
Como sabemos, o verbo ser é irmão de sangue do verbo estar, logo que melhor situação para demonstrar a inter-relação entre dureza e choro do que o Body Slam ao Falo (BSF).
Esta figura de expressão, o BSF, é apenas uma situação rotineira a quem promove a emancipação da mulher, ideal esse que é elevado quando nos deixamos subjugar, leia-se, mademoiselle por cima.
Quando as meninas estão nessa posição, tendem por vezes a achar que o nosso "amiguinho" é como a árvore do João Feijão, ou seja, interminável. Ora, sendo o comprimento do dito um algarismo pertencente ao grupo dos números reais, é óbvio que por vezes a menina sai disparada, deixando desguarnecido o dito "empreiteiro". Ora, como Deus pensou que não deveria haver qualquer excepção à lei da gravidade - o que comprova que Deus não é certamente português, logo, não legisla como os portugueses -, momentos depois lá vêm as meninas disparadas por ali abaixo, qual meteorito. Dito isto, como decerto saberão os leitores masculinos, é raro que a pequena aterre correctamente, daí que temos uma massa corporal em movimento descendente que conjuga uma Força = m(massa) x a(aceleração)/g(constante gravitacional). Após resolvida esta equação, penso que não será necessário verbalizar o penoso grafismo do impacto. Assim sendo e finalizando, é fácil de concluir que o choro resultante do embate é resultado tão só, somente e apenas da nossa "dureza", paradigma esse que comprova a veracidade da minha argumentação.
Choro = Dureza
No entanto, esta será a única dor física pela qual o homem pode e deve chorar. Talvez se possam abrir excepções para os desportistas que choram ao se lesionarem, pois esse choro é em regra resultante de uma mágoa pela não participação em eventos futuros, logo, derivando não da dor mas sim da privação de emoções futuras.
Assim sendo, o Arranha é - e se Deus quiser continuará a ser - um choramingas emocional.
Ele chora nos filmes...
Ele até já chorou com a beleza de algumas composições musicais...
Mas há uma situação em que o Arranha por e simplesmente não aguenta e desmorona.
Essa situação é o desfile anual da Victoria's Secret. Um verdadeiro arraial de emoções que levam ao extremo o lado - e aí sim - frágil do Arranhiço.
Enfim... (Neste momento, o Arranha já está a ficar com humidade nos olhos)
Para finalizar, darei apenas um exemplo ao leitor de um filme que sempre que o Arranha o vê, lhe toca profundamente. Esse filme é o Exterminador Implacável II.
Quando Schwarzenegger se auto-destroi e faz um "fixe" ao pequeno John Connor, lágrimas escorrem pela face do Arranha como cursos de água a passarem de uma cota de 200m para outra de 10m (1º prémio para a pior analogia emocional de 2006).
Por isso, vocifero ao leitor...
Chore!

Wednesday, May 17, 2006

O Barómetro de crescimento

Caros leitores, tenho notado que de há uns anos para cá, reina uma preocupação acerca do real crescimento do nosso país.
"Será que a informação que nos chega é válida?" é a pergunta geral.
Ora bem, o Arranha como pessoa que vai ao cerne da questão, preocupa-se com algo que mais ninguém se preocupa, as preocupações. Estas últimas podem ser económicas, sociais, afectivas ou mesmo existenciais, no entanto, o Arranha como estudante da psique humana não estuda a economia mas sim as nossas preocupações acerca da economia. Ele é o elemento cimeiro da cadeia preocupastológica.
E é exactamente nessa qualidade de homo sapiens sapiens sapiens - em português, homem sabichão sabichão sabichão - que vos venho falar hoje.
E a primeira lição do prof. Arranha é que a informação acerca de grande parte das respostas às nossas preocupações é-nos facultada por uma atenta observação ao que nos rodeia.
Há quem escolha seguir e absorver meios de comunicação como jornais, revistas, livros, enfim... os mais variados meios convencionais de "possível" informação. No entanto, "será essa informação fidedigna?" questiona perspicazmente o leitor.
Não sei.
Voltanto ao concreto, no que diz repeito ao crescimento do nosso país, saiem relatórios do Banco de Portugal ou estudos da União Europeia dos quais são extrapoladas conclusões por terceiros que depois são passadas para nós, os quartos. É uma espécie de "jogo do telefone" cuja informação original poderá ser transmitida de forma fiel ou não. Esta possivel deturpação - apenas normal a uma hierarquia de informação - faz-me lembrar uma expressão frequentemente usada para validar pontos de vista. Essa expressão é "foi provado cientificamente que...", expressão essa nunca suportada pelos tais documentos cientificos, mas cuja validade se mantem - para os ouvintes - apesar da ausência dos mesmos.
Dito isto, optei por utilizar esta mais que duvidosa expressão em algumas argumentações sem qualquer fundamento de forma a apreciar a sua receptividade. E qual foi o meu espanto quando verifiquei que tudo era aceite sem debate mal eram proferidas as três palavrinhas mágicas. Dito isto, cepticismo será a palavra de ordem, coisa que o Arranha já defendeu noutras alturas. Qual será então a maneira de dar a volta ao cepticismo e compreender realmente o que se passa com o crescimento do nosso país?
Devemos olhar para instrumentos simples, de acessibilidade fácil e que de forma directa nos possam facultar uma informação válida e imparcial. Assim sendo, o indicador mais fiel do crescimento em Portugal são as embalagens de shampoo. Na manhã de hoje, o Arranha - sempre filosofando - apercebeu-se de que a informação dada pelos contra-rótulos associada à cronologia dos diferentes recipientes, funciona como um perfeito indicador para o nível no qual estão situados os portugueses.
Fiquemos então com as conclusões deste estudo.
Num shampoo Johnson datado do século passado, o contra-rótulo indicava os ingredientes nas línguas inglesa, espanhola, italiana e portuguesa. Num shampoo Pantene datado de 2002, a língua portuguesa era acompanhada pela grega. E finalmente, num shampoo Nívea e num shampoo Fructis - ambos da colheia de 2005 -, a língua portuguesa era secundada pelo russo.
Assim, desta forma simples e não sujeita a deturpações por parte de terceiros, recebemos informações fidedignas sobre o trajecto económico português.

P.S. Também há quem defenda que estas alterações na rotulagem são resultantes de rotas comerciais mas isso são apenas teorias não suportadas cientificamente. Algo que não acontece com o Arranhiço.

Tuesday, May 09, 2006

Blog descritivo

Hoje o Arranha vai enveredar pela nebulosa esfera dos blog's diário, ou seja, aqueles que começam invariavelmente por expressões como "Hoje fiz um manguito no trânsito e ..." ou "Hoje senti-me húmida porque me esqueci do Evax e...", ou ainda,"Hoje senti uma discrepância na minha ovulação", ou ainda mais ainda, "Hoje dei traque no elevador, que engraçado, ai, ai, ai, ui, ui, ui."
O leitor terá de ter alguma paciência pois estarei a nadar por águas desconhecidas.
Nademos, então.
Toca o despertador.
Hoje acordei.
Foi giro.
Às vezes penso que mais valia não acordar... Outras vezes penso que acordar é uma experiência muito engraçada. Enfim, acordar é sempre uma surpresa, quer pela positiva, quer pela negativa.
Depois veio-me o primeiro pensamento.
Que giro é o primeiro pensamento... nunca se sabe o que se vai pensar nesse primeiro instante de consciência e já agora no que se vai pensar a seguir, e a seguir a isso também não. Ih! Ih! Ih!, pensar é mesmo um desafio.
Depois de pensar vem o agir...
Ai que giro é agir. Fazer coisas e deixar coisas por fazer (agir de forma passiva). Ainda mais giro é fazer coisas que não se devia fazer.
Enfim, fazer coisas é mesmo aliciante.
A todos os níveis.
E mais alguns.
Peço desculpa porque sei que o leitor está gostar deste género literário, recheado de substância, mas o Arranha terá de esvaziar todo o seu discurso, de forma a voltar à normalidade.
Assim sendo, num pequeno aparte, devo segredar aos leitores - especialmente aos que ainda não dormiram comigo - que em 99% das vezes que acordo, estou invarialmente na posição "barreira de futebol" - conhecida no seu termo vulgar por "gajo-que-tem-medo-de-levar-com-uma-bolada-nos-tomates" -, ou seja, um dos braços (normalmente o direito) a tocar no ombro do lado oposto e o outro (para quem não saiba, o esquerdo) a proteger o aparelho gerador de possíveis Arranhinhos.
Voltanto ao relato diário, na manhã de hoje o esquerdo apertava com uma veemência considerável.
Porquê?
Porque aquando do toque para despertar, o Arranha estava em pleno sonho erótico com a mãe do défice, a digníssima - pensam vocês - Dr. Manuela Ferreira Leite.
Assustado, procurei - através de uma breve análise psicanalítica - perceber o porquê de semelhante pesadelo.
Para isso relembrei o sonho.
Relembro ao leitor que nos sonhos não há censura, moral ou normalidade, logo, para ser absolutamente honesto para consigo terei de recorrer a conhecidos vocábulos verbálo-sexuais, mais conhecidos por ordinarices.
Ora bem, estava o Arranha em pleno Parque Natural da Arrábida quando se depara com uma solicita mulher em lingerie. Essa mulher dava-se pelo nome de Manuela Ferreira Leite (MFL). (Imaginem a situação se quiserem.. e se tiveram coragem para isso)
Ora bem, ela seguia altiva no caminho empedrado onde ambos nos encontravamos. Parou de repente, humorosamente a sorrir para mim. No mesmo instante retorqui-lhe com um amistoso manguito. Posta a manisfestação de elegância por parte do Arranha, MFL não alterou a expressão e jocosamente proferiu "Não tens nessas calças PIB para mim, cheira-me que tens um belo défice, pequena sereia." O Arranha ponderou, qual Pensador de Rodin, e de seguida chegou à conclusão que as sábias palavras do poeta Manuel João Vieira se adequavam a esta situação. Vai daí, proferiu: "Mete a boca e já vais ver!"
Eu sei o que os leitores estão a pensar, ou seja, que não havia necessidade. Mas o que é um facto "fantasioso" é que os lábios de MFL já vinham em direcção ao meu baixo-ventre, o baixo-ventre de um simples catraio perdido na natureza. Graças a Deus - e volto a repeti-lo, Graças a Deus - que nesse momento uma força divina, de seu nome despertador, me salvou de algo para o qual não estava preparado.
Passando à frente, após uma breve análise a este sonho, o meu saber Freudiano (1 abraço para ele que faz 150 anos) revelou que o cerne desta contenda no inconsciente estava na realidade relacionado com a falta de Milka Hazelnut com que se debatia o organismo do Arranha.
Mais calmo, retirei a mão esquerda do seu local de trabalho e finalmente levantei-me...
- Talvez continue -

Sunday, May 07, 2006

A Prova Irrefutável

Pelas recentes e pseudo-proféticas palavras do Arranha, o leitor poderá - induzido em erro - pensar que o pequeno pensador não acredita numa "força" superior ao homem. Nada mais errado. O Arranha acredita em algo superior, pois crê que essa crença será absolutamente fundamental para uma cada vez mais necessária relativização do ser humano e do seu poder.
Na sociedade de hoje, em que o ser humano vive numa procura incessante de controlo, a noção de Deus perde muita da sua razão de ser. É apenas por esta ideia utópica de que se pode ter controlo que persiste - por arrasto - a cultura do medo, como resultado deste exercício fútil e pseudo-atingível, como é o caso do controlo. São exactamente nas situações que nos demonstram a realidade da falta de controlo que as pessoas - assustadas - se viram para a procura de algo superior que explique o desconhecimento/descontrolo, tornando-se dessa forma o desconhecido em conhecido e descontrolado em controlado.
Assim sendo, tal como Mario Lajinha uma vez afirmou, a coisa que mais me descansaria seria saber que essa "entidade" realmente existe, desejo que decerto será comum a vários leitores. O que já não será comum é que o Arranha teve de facto a prova irrefutável de que esse "ente" realmente existe.
Para a explicação dessa prova irrefutável, o Arranha, pedirá ao leitor que tome um pouco de tempo a imaginar a situação.
Aqui vai.
Estava o Arranha a preparar o seu pequeno almoço numa solarenga manhã de Maio, quando, já sentado, iniciou o corte de um pão-da-avó. Corte esse, longitudinal ao perfil do dito pão. Como decerto o leitor estará a visualizar, restaram no prato as duas faces, deleitando-se com o interior virado para o Arranha. Após barrar a face inferior com pouca manteiga e lhe adicionar uma bela fatia de presunto, o Arranha começou a desvendar os mistérios da dita "força" superior. Porquê?
Porque no acto de fechar a dita sandes (com a intacta face superior), o Arranha, tal como muitos maníacos, gosta de que os limites da face superior estejam alinhados com os da face inferior, ou seja, devolvendo a forma inicial ao pão. O que aconteceu de extraordinário nesta situação foi que os limites não coincidiam seja qual fosse a disposição, o que seria normal se se tratassem de partes relativas a pães-da-avó diferentes. Não era o caso, caros amigos.
Pois é...
Foi desta simples e misteriosa forma que essa "força" comprovou a sua existência. Uma provação directa e irrefutável de que até num simples corte de um pão poderá existir algo de diferente e não explicável.
"Só sei que nada sei.", disse um ser humano sabedor, de nome Sócrates.

P.S. O uso de aspas sempre que me referi a essa "entidade/ente/força" procura demonstrar que se se realmente acredita na existência de algo superior a nós, então tem que se forçamente compreender que todos esses termos são simplificações erróneas de algo que se realmente existe é impossível de explicar. Daí que, do meu ponto de vista, "a religião é o maior obstáculo para chegar a Deus." Porquê?
Porque as religiões acabam por ser a tentativa - antagónica à crença de algo superior - de que um ser inferior - o Homem - pode explicar os desígnios ou as normas dessa "entidade" superior. Um contra-senso. Porque se puder ser explicado por um homem é porque é da esfera do homem e não de outra, logo não serão decerto as normas dadas por esse tal "ente" superior. Daí que para mim, estes possíveis desígnios superiores apenas poderão ser transmitidos por algo não controlável/explicável/quantificável/descritível pelo homem, ou seja, pelos sentimentos. E sentimentos não se ensinam...