Friday, January 27, 2006

A emissao deste blog prosseguira dentro de momentos...

Face a uma necessidade inadiavel de expansao de horizontes culturais, relacionais e intelectuais, o Arranha deslocou-se - anonimamente, claro - a terras nunca antes visitadas, de forma a poder continuar a sua tarefa de desmantelamento das grandes questoes dos nossos tempos.
Deste modo, nas duas semanas que se seguem o Arranha cessara toda e qualquer actividade de inscricao das suas ideias passando a uma mera deambulacao aleatoria por varias cidades europeias.
De qualquer maneira, fica desde ja a promessa de que o Arranha voltara mais audaz e resfriado que nunca.

Saturday, January 21, 2006

Comércio Tradicional - A resposta

O problema do desaparecimento da actividade comercial tradicional é algo que tem perturbado a boa sonolência do jovem Arranha.
No decorrer das horas de insonia, reflectia incessantemente sobre como resolver esta dificil questao social, levantando-me por vezes em quasi-histeria aquando a proximidade de uma possivel resposta para depois, apos compreender impossibilidade de implementaçao da mesma soluçao, devolver o meu corpo ao recanto quente da cama.
Esta foi a rotina nocturna do Arranha até à data de 19 de Janeiro, data essa em que se fez luz no chambre (alusivo a esta ser a primeira cronica escrita em Paris) do Arranha.
Mais uma vez o Arranha demonstra a sua esplendorosa intelectualidade através da descoberta de mais uma soluçao cujo custo-beneficio se revela obvio.
Esta permitirà que o comercio tradicional e toda a sua vertente de proximidade social ressurjam no universo do quotidiano portugues.
A simples soluçao contempla apenas uma maior proliferaçao dos termos senhor, senhora, dona, Ti (alusivo ao diminuitivo da palavra tio), etc. Ou seja, de hoje em diante quando nos referirmos aos centros comerciais devemos empregar as seguintes frases:
- "Vou ao senhor Colombo."
ou
- "Vou ao senhora Almada Forum."
Pois desta forma haverà aquela familiaridade do comércio tradicional que tanta falta nos faz.
Fornecendo alguns exemplos mais concretos ficaremos entao com:
Desporto
- Ti Decathlon
- Sra. Sportzone
Cultura
- Dona Fnac
- Sr. Worten
Roupa
- Compadre Massimo Dutti
- Menina Zara

Enfim... fora estes, pode ser o leitor decidir de acordo com a sua hierarquia de proximidade em relaçao ao estabelecimento comercial em questao.
De qualquer forma, com esta tecnica havera garantidamente uma extensa proliferaçao do comercio tradicional sem quaisquer custos economicos para o pais
E com isto ficamos com mais um exemplo desse belissimo ditado:
"Se nao os vences, junta-os a nos" ou coisa parecida...

P.S. O mau emprego ou ausencia de acentos nao se deve a este ser um teclado frances (ou seja, amaricado) mas sim à peculiar gramàtica desse petiz de nome Arranha.

Monday, January 16, 2006

Pasmam-me as religiosas!
Esta parece-me ser a expressão adequada aquando confrontado com a realidade de algumas decisões tomadas por seres humanos. Há quem diga que a escolha da religião não é uma escolha mas sim uma característica cultural e geográfica com que se nasce, tal como a nacionalidade. E é pensando assim que muita gente aceita uma determinada religião. No entanto, a nacionalidade não acarreta consigo nenhuma ideologia, algo que acontece com a religião, logo, seguindo a minha convicção sobre o direito ao pensamento livre não aceito este facto de ânimo leve, e assim, questiono.
É dentro desta óptica que afirmo - entrando no campo politicamente incorrecto de questionar as religiões - não perceber como é que ainda existem mulheres nesse pedaço de terra dito de culturalmente evoluído e democrático, o Ocidente, que se afirmam de uma determinada religião. Com isto, não quero que pensem que se trata de algum texto feminista, exaltando as qualidades da mulher, pois não o é. Procuro apenas reflectir sobre as liberdades de qualquer ser humano e nesta óptica este texto é meramente o resultado de uma estupefacção decorrente de algumas realidades que, a meu ver, são retrógradas.
Vou ter de utilizar a religião católica como exemplo visto ser aquela com que convivo mais de perto.
Ora, na religião católica a mulher não pode ter as seguintes funções (entre outras):
- Não pode ser papa
- Não pode fazer parte do concílio que decide quem será o papa
- Não pode dar a missa
- Não pode ouvir uma confissão, pelo menos, no confessionário.
Corrijam-me se estiver enganado.
Ou seja, para a igreja católica, a mulher não pode liderar, a mulher não pode participar na decisão sobre quem deverá liderar, a mulher não pode dar a missa, ou seja, transmitir a palavra de Deus no encontro dominical com o resto dos fieis e finalmente, a mulher não pode absolver os pecados nos termos da confissão. É caso para perguntar, para que serve a mulher no seio da igreja católica?
Se pensássemos na igreja católica como um partido político (a melhor analogia, visto serem, em ambos os casos, seguidas ideologias) estaríamos defronte de um partido cuja dose de machismo seria vetada ao ridículo. No entanto, vejo muitas mulheres, inteligentes e independentes, a afirmarem-se como acérrimas defensoras de uma religião que as define como mero objecto a ser ensinado, aconselhado e limitado pelo homem.
Dentro de toda a emancipação da mulher, este ponto tem ficado de fora, por a religião ser algo cuja finalidade parece ser assimilar e agir sem pensar. É nesta maré de aceitação irreflectida, ou seja, apenas por ser o que é esperado de nós pela sociedade, que podemos ter a certeza de que a única razão pela qual muitos católicos não são muçulmanos é porque nasceram uns milhares de quilómetros ao lado e vice-versa.
Esta negação ao pensamento e à reflexão é, a meu ver, a repressão da nossa verdadeira e única liberdade, a liberdade de ideias.
Como diria Morin, uma ideologia tão austera e rígida apenas sobrevive por não ser actuada pela esmagadora maioria dos seus seguidores, que disfarçadamente lá vão usando o livre arbítrio de forma a encontrar os seus verdadeiros ideais.

Saturday, January 07, 2006

Futuras novelas da TVI

Face à nova estratégia da estação de televisão TVI em titular novelas com nomes de músicas, o Arranha sentiu que poderia ajudar a poupar algum tempo aos criativos da secção de programas de ficção da TVI, facultando-lhes com algumas ideias para futuros projectos.

- “Deixei tudo por ela”
Seriam três histórias que se intercruzam num final apoteótico.
A primeira história seria referente à personagem Anfíbio Silva, padeiro em Vila Pouca de Aguiar, 35 anos, marido de Clotilde e pai de Sininho e Florzinha. Esta história constava de uma complexa trama em que Anfíbio tinha o sonho de assistir a um concerto da Barbra Streisand. O sonho acalentado por Anfíbio tinha como obstáculos o facto de este não ter dinheiro suficiente para a viagem, estadia e bilhete. Logo, teria de se aventurar numa espécie de odisseia à la pequeno Elian (rapaz refugiado cubano, para quem não se lembre) pelo vasto Oceano Atlântico.
Toda a preparação para esta viagem e respectivas travessuras ocorridas durante a mesma serão o enredo desta história, culminando obviamente no concerto de Barbra Streisand.
A segunda história desta novela seria que Adobe Acrobat Reader Guimarães, cônsul em Moçambique, tinha igualmente uma grande paixão por Barbra Streisand. Logo, mal soube que esta daria um concerto na Broadway, comemorativo dos seus 30 anos de carreira, decidiu que nada deste mundo poria em causa a sua presença. O problema, ou seja, a trama desta história vem quando Adobe se vê envolvido numa intriga política ao mais alto nível, devido a ter vendido armas ao MPLA (Movimento Pela Libertação de Angola) e ao Capitão Roby. Entretanto, temos também uma intriga a nível farmacêutico pois Adobe era o representante do Broncho-Vaxon em Moçambique algo que o membro que fornecia os vistos de entrada nos EUA ao ser administrador da maior fábrica de Constipal do mundo, nunca poderia perdoar. Como sabemos o Broncho-Vaxon é a némesis de qualquer anti-pirético. A aliar a isto tudo temos ainda o facto de que Adobe era um homossexual não assumido, com tudo o que isso acarreta em termos de complicações sociais.
A terceira história seria sobre Adidas Pinto, jogador de futebol e assassino de crianças de olhos azuis. Este prodígio da bola tinha recentemente assinado, simultaneamente, pelo Sporting, Benfica, Porto, Salgueiros e alguns clubes da Coreia do Sul. Assim, temos aqui trama futebolística a rodos, com bonitas cenas de violência em aeroportos. O inevitável factor de violência e psicose, característico de qualquer produção nacional de valor assinalável, sairá reforçado pela tara de Adidas em matar crianças de olhos azuis.
Também não nos devemos esquecer de que Adidas, para além de gostar de ver as reposições do Duarte e Companhia, era um acérrimo adepto de Barbra Streisand. E como tal, disse que não se poderia decidir quanto ao seu futuro clube sem ir a Nova Iorque ver a Barbra Streisand à Broadway. Rapidamente os clubes acederam ao seu desejo e lá apanhou um avião que como é óbvio foi tomado por terroristas. Tendo o destino escolhido - não o do avião mas sim o destino no seu sentido astrológico - que a cor dos olhos de todos terroristas era azul, bastou ao Adidas imaginá-los de calçõezinhos aos quadrados para que a matança fosse rápida e sem misericórdia. Como herói, Adidas entrou nos Estados Unidos, sendo recebido por Bush que infelizmente não estava nem de calçõezinhos, nem de lentes de contacto azuis. De seguida, lá foi para o concerto da Barbra Streisand.
E a agora pergunta o leitor. Qual é o grande final?
O grande final é que todos eles – Anfíbio, Adobe e Adidas - se encontram no concerto de Barbra Streisand. Reconhecendo-se mutuamente por serem fisicamente idênticos, compreendem nesse instante que são gémeos. Segue-se então um abraço de grupo, assessorado por um bastante audível yupiiiiii. De seguida, dá-se início à temerária busca pelos seus pais, pois todos eram órfãos, chegando ao apoteótico desenlace de que os tri-gémeos Anfíbio, Adobe e Adidas são filhos de.....
Barbra Streisand.

- “Mestre de Culinária”
Esta seria a história de Gladiador Tróia Braveheart.
Gladiador é filho de pais que estiveram emigrados em Zurique, tendo estes últimos regressado a Portugal após o seu nascimento para abrir uma cadeia de Sex-Shops, as famosas Sex-Shops Não chora, Não dói.
Gladiador tinha um sonho...
Ser um mestre de culinária.
No entanto, esse sonho foi-lhe saqueado pelo maquiavélico Michel aquando de um concurso para chefe de cozinha do Hotel Ritz. A partir desse momento, Gladiador ficou com a característica psicossomática de dizer entre cada frase proferida que era um mestre de culinária.
Exemplo:
“Gladiador – Bom dia!
Mulher da fruta - Bom dia!
Gladiador – Eu sou um mestre de culinária!
Mulher da fruta – Diga?!
Gladiador – Dê-me 1 kg de laranjas, sff.
Mulher da fruta – Quer maduras ou verdes?
Gladiador – Eu sou um mestre de culinária!
Mulher da fruta – Desculpe?!
Gladiador – Maduras, sff.
Mulher da fruta – É só?
Gladiador – Eu sou um mestre de culinária!
And so on...
A trama desta novela seria sobre as desventuras do relacionamento amoroso entre o Gladiador e a mulher da fruta, e a sua vingança contra Michel.

- “Maria Albertina”
A história de uma mulher que quer concorrer para Presidente da República mas que no passado foi prostituta e campeã mundial do jogo da malha.

- “Mãe Querida, Mãe Querida”
A história de uma mãe que teve 10 filhos deficientes de 10 maridos diferentes. A trama consiste em saber como ela lida com os problemas dos seus dez filhos, todos rapazes. Aqui ficam os problemas dos filhos:
Joãozinho - inorese permanente
Zézinho - constante remoção de macacos do nariz
Afonsinho - constante coçagem do par tomatal
Tiaguinho- cuspidelas permanentes
Pedrinho - ligar e desligar de interruptores
Manelinho - pôr a língua de fora, alusiva à prática de sexo oral
Albertinho - estado de erecção permanente
Aprumadinho – limpeza permanente
Huguinho – flatulência permanente
Carlinhos – assobiar permanente

- “Jardins Proibidos”
A história do homem que inventou a placa “Não pisar a relva.”