Wednesday, September 13, 2006

Amor

Há lá coisa mais bonita do que ver um casal de camafeus verdadeiramente apaixonado?

Friday, September 01, 2006

Amor Automobilístico

Pela nomenclatura referida no título poderá parecer ao leitor que o Arranha enveredará por uma teorização sobre as maravilhas da criação automóvel. Nada mais errado.
O Arranha visa promover não a automobiliofilia mas sim a beleza da prática sexual no interior de uma viatura de classe B. Quanto às outras classes, o Arranha não se poderá exprimir, dado que nos motociclos faz muito frio - e como sabemos, o Arranha é algo amaricado quanto a isso - e porque o Arranhão nunca "empresta" o seu camião para as divagações nocturnas do pequeno catraio. Com isto, não se pense que no saber do Arranha reside algum valor real. Reside apenas uma curiosidade intrínseca sobre as dificuldades estruturais e funcionais do acto e respectiva carga moral associada.
Primeiramente e no melhor estilo de Julio Machado Vaz, há que admitir que a prática de Amor Automobilístico (AA) é reveladora de coisas simples como a juventude (resultante de falta de casa própria) e o instinto. Mas mais importante do que qualquer uma destas, é o facto de o AA ser um exemplo da saudável prática de amor proscrito que, como sabemos, é sempre o melhor.
O carpe diem existente no AA é algo que deveria ser preconizado para toda uma vida sexual satisfatória, dado que é exactamente nesses momentos de amor proscrito que os intervienientes perdem as inibições e fomentam a desenfreada prática do coito. Assim sendo, não existe AA romântico, o que o torna muito mais humano. É óbvio que nada de mal existe no romantismo mas este campo é, sem dúvida, assolado por uma superficialidade social que procura ensinar o que é romântico e o que não é, ou seja, retirando o carácter instintivo à coisa. Por outro lado, o instinto e a espontâneidade não são Zeus no Monte do Olimpo do Amor e como alguém afirmou "Um traque é espontâneo mas de atractivo não tem nada.". Para o acto do amor, até concordo - apesar da possibilidade de funcionar como uma espécie de "turbo", o que nunca experimentei, friso -. Na egoísta e solitária vida corrente, discordo totalmente.
Depois deste pequeno aparte, voltemos ao AA.
O primeiro princípio, absolutamente fundamental à boa prática de AA, é o perigo. AA sem perigo é como uma feijoada sem feijão. O perigo - análogo, neste caso, ao fruto proibido - é fundamental ao bom desenrolar do AA, já que há em todos nós uma vontade "sociopata" de não seguir as regras da comunidade. Como tal, a espécie de banditismo inerente ao AA, transporta-nos para o lado "criminoso" da sociedade, o que, passe a expressão, dá um tesão do caraças.
Em relação às mulheres, penso que o input do perigo no prazer da prática de AA cresce de maneira ainda mais exponencial de que no prazer retirado pelos homens, dado que as "pequenas" estão muito mais sujeitas a uma pressão moral em relação ao sexo. Ou seja, o fruto proibido passa de uma simples maçã para um imponente melão. Completamente oposto aos propósitos do bom AA, são: a) aquelas pessoas que vão para locais sobejamente conhecidos em que os veículos estão a 2m uns dos outros. Aí, caros amigos,o acto de AA perde toda a sua magia; b) pessoas que estacionam o carro na sua própria garagem e aí praticam o AA.

O segundo príncipio é o Instinto, por razões que já foram referidas anteriormente.

O terceiro e mais importante príncipio é o desconforto. Para isso, o banco-de-trás é absolutamente interdito ao proficiente praticante de AA (salvo excepções com receita médica, claro). O bom executante de AA deve revelar capacidade de liderança, destreza e uma notável resistência à dor. Não entrando muito na parte fisiológica da coisa, há que reflectir sobre uma questão interdependente e directamente relacionada com o desconforto. Como me foi referido pela minha "amostra" (no sentido estatístico) há uma prática que causa alguns problemas à boa movimentação do homem após o acto do AA. Essa prática é a da não-remoção do vestiário inferior - leia-se, meias, sapatos, calças, etc -. Importa referir que esse problema ocorre apenas após a prática de AA no lugar-do-morto. Dito isto, um indíviduo, ao ficar com as calças junto aos tornozelos, perde amplitude de movimentos, logo, aquando do regresso ao lugar-do-condutor, defronta-se - desnudo e sem amplitude de movimentos - com a penada cruzada de ter de passar por um "pantâno" de elementos verticais - travão-de-mão e manete das mudanças - cuja distância entre eles e o inpenetrado traseiro é extremamente curta. Não será necessário descrever o desconforto mental que esta situação provoca a uma grande parte da população masculina mundial.
Adiante.
O quarto e último princípio da boa prática de AA é a Geometria Descritiva. Esta ciência de compreensão do espaço é uma preciosa ajuda de forma a tornarmos a nossa viatura num requintado motel do pecado. Como assim, pergunta intrigado o leitor. Através de um hábil manuseamento dos vários espelhos que possuímos dentro e fora da cabine de condução. Qual quarto espelhado, podemos tornar a nossa singela viatura num ninho da melhor depravação voyeurista sexual.
E assim, caros leitores, chegamos ao fim do estudo sobre a boa prática de AA em viaturas de classe B.
Com a promessa, é claro, de que quando o Arranhão facultar o seu camião ao Arranha, mais conhecimento será partilhado.