Friday, July 29, 2005

Se eu ganhasse o Euro Milhões...
A maior parte das pessoas fica-se pelas casas, viagens e carros. Eu não! A meu ver isto são coisas secundárias ao pé do que realmente é importante. Aqui vai uma lista do que eu faria.
- Contratava alguém para me lavar a cabeça todos os dias.
- Punha 5000 chineses a preencher boletins do Euro Milhões para a semana seguinte
- Contratava Mário Jardel para o Benfica
- Enchia o frigorífico de Pernas de Pau Mega
- Executava pequenas, mas infindáveis vinganças à pessoa X (não posso dizer quem, pois se ganhar levarei isto avante. Estas pequenas vinganças incluem:
- Contratar diferentes pessoas para travarem bruscamente o carro à frente da pessoa X, de modo a esta ter choques quase todas as semanas.
- Contratar um drogado que levará avante a tarefa de riscar o carro sempre que a vingança anterior não tenha sucesso.
- Contratar diferentes pessoas para aparentemente por descuido deitarem comida em cima da pessoa X.
- Contratar um grupo de pessoas, que será rotativo, cuja finalidade será de se pôr nas filas à frente da pessoa X.
- Contratar um Jeová que apareça todos os domingos às 7e30 da manhã a tocar à porta de casa da pessoa X. Esta tarefa será complementada pela contratação de uma pessoa que toque à porta às 4 da manhã, e outra que telefone às 6 todos os dias.
- Contratar pessoas sigam a pessoa X quando esta for ao cinema, sentando-se ao pé dela e que estarão sempre a perguntar à pessoa X:
+ Quem é aquele que apareceu agora?
+ Esta apareceu em que filme?
+ Mas aquele não era irmão de não sei quem?
- Contratar diferentes pessoas para trancarem o carro da pessoa X (estacionando o deles em segunda fila), quando este está estacionado.

Agora imaginem que um de vocês pode ser esta pessoa....

Wednesday, July 27, 2005

O Barbeiro

A ida ao barbeiro é uma jornada que custa a muita gente. Eu não sou uma dessas pessoas. O barbeiro é uma das melhores partes da minha vida. E porquê? A resposta a esta pergunta tem pouco a ver com o corte de cabelo apesar de este ter uma importância vital para a minha auto-estima. Voltarei a este assunto mais à frente.
A razão pela qual a ida ao barbeiro é fundamental para minha felicidade... é a lavagem da cabeça. Devo-vos dizer que há poucas coisas neste mundo que sejam melhores do que uma bela lavagem da cabeça efectuada pelos dedos certos. Até os próprios preliminares são pensados para tornar a lavagem mais gostosa. Há aquele apertar da bata que quase corta a respiração, de modo a sentirmos uma tensão, para depois esta ser completamente libertada aquando da fricção do coro cabeludo. (Também já vi situações em que os preliminares são levados a um extremo que as pessoas caiem inanimadas no chão) Tenho, no entanto, um problema que tem a ver com o relaxamento total. Esse problema chama-se descontrolo do fluxo de baba. Esse problema noutras situações poderia ser grave, mas dado que acabamos por ser pelo menos cinco tipos a babarem-se uns ao lado dos outros, há uma espécie de camaradagem em relação a isso. Outro problema que a certa altura sentia, era alguma ambiguidade em gostar do acto de um barbeiro (homem) a lavar-me a cabeça, pois parecia um atestado de panasquice... mas depois pensei ... que algo tão bom, deveria ser aproveitado sem olhar a preconceitos.
Voltando ao corte de cabelo, a meu ver esta questão tem mais uma vez a ver com o grau de metrosexualidade que queremos atingir. Se dermos muitas indicações, perderemos o respeito do barbeiro... se dermos poucas, não poderemos sair à rua nos próximos tempos. Eu só sou esquisito acerca de uma coisa... o tamanho do cabelo. Essa é a parte importante. Fora isso ele pode fazer da minha estrutura capilar o que quiser. Qual é importância desta conduta para a minha auto-estima (algo que referi anteriormente)? A importância é que ao deixarmos que o barbeiro nos penteie, temos a certeza que vamos sair daquele estabelecimento absolutamente ridículos. Pelo que nessa altura estaremos no ponto mais feio da nossa existência (pelo menos até à próxima ida ao barbeiro), o que significa que a partir aí é sempre a subir na escada da beleza.
Concluindo, aqui estão as razões para o meu tributo a essa grande personagem que é... o Barbeiro

Wednesday, July 20, 2005

Socrates, O Mal Humorado
Afirmo desde já que não sei se o Socrates é heterosexual, homosexual, metrosexual ou qualquer outra coisa acabada em al. Se querem que vos diga também não me interessa. Mas que ele tem o período não tenho dúvidas. Não digo isto como algo negativo, é apenas uma característica biológica sua. Quando o vejo a responder a jornalistas, com um ar áspero e voz nasalada:
- Tá a brincar a comigo!
ou
- O que tá a dizer é ridículo!
Vejo que este gajo tem um mau humor biológico... E se repararem é sempre na mesma altura do mês. O dele dura 13 dias.
Foi exactamente nessa altura do mês que foram as eleições legislativas.
Aliás, sei de fonte de segura que a celeuma aquando da marcação dos debates deu-se devido ao responsável pela campanha do PS não querer que estes fossem quando Socrates estivesse....por assim dizer...do “Benfica”.
E como vimos ele foi calmo e ponderado nos debates.
Agora, na noite das eleições é que foram elas. Porque esta data é marcada pelo Presidente da República e não teve em atenção o pequeno problema de Socrates
Quem não se lembra do seu discurso de vitória.
Socrates entra no palco...
Seguem-se ovações e cânticos sucessivos ao novo primeiro ministro...
Ele, farto de tanta palma e já com a gotinha de suor em marcha descendente na sua testa... esteve quase a dizer:
- Parem com essa merda!
Nessa altura viu-se bem a alteração de humor que o período causa a Socrates. Devo dizer que estive a estudar a sua conduta nos últimos meses, e posso assegurar que de acordo com o meu estudo faltavam apenas mais 2 ovações para total um ataque de esterismo. Por isso deixo desde já um apelo às farmacêuticas responsáveis pelo Trifen ou o Clonix... Ajudem também o nosso primeiro ministro.

O filme na TV
Há algo nos filmes que dão na televisão que nos fascina.
Como é algo que, ou se vê na altura ou não se vê... dá mais gozo do que pôr um simples DVD no leitor. Ainda no outro dia cheguei a casa e estava toda a família de olho bem aberto no filme Ocean’s Eleven que estava a dar na RTP. O que tem piada nisto, é que o DVD deste mesmo filme estava situado na estante imediatamente acima da televisão. Não pensem que foi por distracção! Este DVD com toda a pompa de seu dolby surround e imagem perfeita, não consegue suplantar o gozo de ter aquele pequeno logotipo do canal no canto do ecrã, pior som e intervalos de 15 minutos. Porquê, pergunto eu. Porque o ser humano dentro da sua psicologia, dá muito mais valor àquilo que não se pode viver outra vez e especialmente... àquilo que é difícil. O DVD não dá luta, está tudo ali à mão de semear. Se quisermos parar, paramos... Se uma sessão de “kisses” e “avecs” começar a meio do filme, podemos voltar atrás no fim da cruzada. Basicamente subjugamos o filme à nossa vontade...
Na televisão tudo é diferente, somos domados... o filme faz de nós o quer... é como uma dominadora a gritar com o seu chicote:
- Vê lá um bocado de filme, atrasado
- Agora vai ao WC, minha besta
- Se não aguentas os intervalos, não és homem para mim.
No entanto não há nada a fazer contra esta dominadora...porque é apenas da natureza humana gostar daquilo que dá luta.

Tuesday, July 12, 2005

Viva mediocridade! Diz o português

A mediocridade é algo que está enraizado na nossa sociedade. A vontade de nos transcendermos, acontece apenas quando é “para inglês ver”. Um exemplo magistral desse tipo de atitude foi o Euro 2004.
Voltando à mediocridade, um perfeito exemplo está na carreira dos professores. Foram introduzidas mudanças na lei que têm como base algo cada vez mais escasso... o bom senso.
É extraordinário ver a reacção ao termino da chamada “Progressão Automática”, outro nome pomposo para mediocridade. Esta é, a meu ver, uma das medidas mais importantes que este governo tomou, pois é na escola que começa este culto da mediocridade que domina o nosso povo. Esta “Progressão Automática” pelo parâmetro da idade, é tão válida como meio de avaliação, como pagarmos aos professores em função do comprimento do dedo grande do pé. Como é sabido, o parâmetro tempo apenas pode funcionar se estiver ligado ao parâmetro qualidade, pelo que não tenho dúvidas que tal como os bons alunos, os bons professores querem ser avaliados.
Este estigma de mediocridade está escondido erradamente atrás do escudo das políticas sociais, pois a meu ver não há política mais anti-social do que promover pessoas que nada fazem pela sociedade.

A Utopia do Correcto

Penso que já nos habituámos a pensar que fazer as políticas correctas é uma utopia. Hoje em dia apelidam-se de idealistas (com conotação negativa) às pessoas que acreditam que se pode fazer alguma coisa certa neste país. Porquê? Porque ao desanimarmos este tipo de pessoas, estamos dar uma espécie de aval ao conformismo em que vivemos. Pomos o que está certo num pedestal onde ninguém consegue chegar...
Essa posição é extremamente confortável pois quando as coisas não correm bem, é fácil dizer:
- A culpa é deste país.
Como se o país não tivesse nada a ver com as pessoas que estão cá dentro.
Ontem estava a ver a entrevista de Maria João Avillez a Sá Fernandes (candidato à Câmara de Lisboa). Foi extraordinário observar a ignorância desta entrevistadora. Sá Fernandes apresentou como suas políticas, coisas que já são feitas à muito tempo nas cidades mais evoluídas. Coisas simples e sem grandes custos, que seguem apenas aquilo que já foi estudado e aplicado como políticas elementares (não sujeitas a cor política) ao bom funcionamento de várias cidades europeias. Para MJ Avillez, a gestão de uma Câmara não pode ser tão simples.... Mas na realidade é.
Para ela, tudo o que Sá Fernandes enumerava lhe parecia bucólico e lírico.... São estes os adjectivos que hoje se usam para o que está certo. Penso que para MJ Avillez, realista e responsável, serão os adjectivos usados para a gestão dos últimos 4 anos da Câmara de Lisboa.
Penso que chegámos a um ponto tal de ignorância e descrença, que achamos que Portugal sem obras ridículas (como os estádios, o túnel, o Parque Mayer, o aeroporto da Ota e o TGV) e autarcas corruptos...não é Portugal.

Sunday, July 10, 2005

O creme

É um elemento extremamente presente nesta altura do ano, estando intimamente ligado ao escaldão. Não sei porquê, mas a certa altura da vida há algo que torna mais masculino a obtenção de um escaldão, do que o uso de creme protector. A linha, entre o que é uma simples aplicação de creme e um acto de panasquice, é muito ténue. E o medo de ultrapassar esta linha é grande, mas penso que uma aplicação confiante de creme, revela a confiança do próprio utente na sua masculinidade.
Depois de ultrapassado este problema de base antropológica, temos ainda o problema da própria mecânica de aplicação do creme. Este consiste na aplicação de uma camada uniforme de creme numa dada superfície, o que está apenas ao alcance de alguns. Eu não sou um deles... Por muito que me esforce por alcançar alguma uniformidade, acabo sempre com uma espécie de mapa mundo distorcido no peito. No entanto, não perco a esperança de que um dia, tal como o Bronze Mediterrânico, o Bronze Cartográfico vire moda.
Também não nos devemos esquecer do problema relacionado com o transporte do creme. Nenhum indivíduo que chegue à praia com um frasquinho de creme debaixo do braço merece qualquer tipo atenção por parte de entidades femininas, pelo que é vivamente aconselhado aos utentes de creme levarem uma mochila ou algo que permita a inibição visual do dito recipiente. Aquelas bolsas de cintura são uma escolha de efeitos negativos completamente irreversíveis, pelo que mais vale levar o creme na mão.
Como vemos, a temática do creme é algo que compreende um estudo complexo e demorado da psique humana, pelo que hoje percebo melhor a relação quase doentia entre Mulheres e Cremes.

A Guerra e o Terrorismo

Não sei se sabem, mas estamos em guerra. Parece que andamos todos esquecidos deste pequeno pormenor, pois vejo o ar de estupefacção das pessoas quando somos atacados. Todos pensamos que a guerra é no Médio Oriente e por lá deveria ficar. Foi como se o Iraque tivesse ganho a organização deste belo evento, uma espécie de Euro 2004, versão XXX com bombas e mortos em vez de golos, e soldados em vez de jogadores. Enfim.. uma festa, mas mais importante do que isso, uma festa deles. Mas a realidade arranja sempre uma maneira de nos cair em cima. E tal como ouço desde miúdo... “quem vai à guerra, dá e leva”, pelo que deveríamos ter estado mais alerta quando o nosso governo decidiu, sem qualquer fundamento, invadir outro país.
Para culminar acho extraordinário que quando o ocidente (nós) mata milhares de pessoas inocentes e destroí um país inteiro, chamamos de guerra... quando somos atacados, chamamos de terrorismo...

Wednesday, July 06, 2005

O culto do trafulha
O povo português tem uma verdadeira adoração pelos trafulhas. Penso que tal como a Suécia tem o prémio Nobel, Portugal deveria ter o Prémio Trafulha. O propósito deste seria valorizar intérpretes de actividades ilícitas, mas especialmente aqueles que não o escondem. Para júri deste troféu devemos ter nomes experientes na área, pois serão estes a pôr a descoberto os novos talentos.
Aqui fica o currículo dos membros do juri, tendo em conta o grau de trafulhice de 0 a 10:

Major Valentim Loureiro
- Contrabandista no exército (grau de trafulhice 8)
Fez a sua fortuna à custa de extraviar cuecas, meias, bonés, pacotes de arroz e rissóis. Por este serviço à nação, foi-lhe atribuído o título de major.
- Presidente do Boavista (grau de trafulhice 7)
Ganhou notoriedade pública e influência. Foi aceite pela Ordem dos Trafulhas em Portugal
- Presidente da Liga de Clubes (grau de trafulhice 10)
Nesta fase tornou-se um verdadeiro Jedi da trafulhice, adquirindo em definitivo os poderes do Lado Trafulha da Força.
- Presidente da Câmara de Gondomar (grau de trafulhice 9)
A sua grande política eleitoral foi na área dos electrodomésticos. Ninguém como ele percebeu a importância de fruta fresca, roupa lavada e aquecimento nas noites frias de inverno.
- Membro da Comissão responsável pelo Metro do Porto (grau de trafulhice 10)
Esta foi uma excelente oportunidade para mostrar que dominava também a arte da chamada “trafulhice silenciosa”, pois é uma obra pública enorme mas sem grande relevo ao nível mediático (pelo menos até à sua abertura).
Penso que a sua vasta experiência em todas as áreas de trafulhice lhe dá uma horizontalidade na apreciação dos candidatos, pelo que lhe atribuo o lugar de presidente do juri.

Pinto da Costa
- Presidente do Futebol Clube do Porto (grau de trafulhice 10)
Uma experiência de 30 anos, sempre ao mais alto nível da trafulhice desportiva.
+ Formado em subornos, prostituição e sarcasmo
+ Especialização em abrilhantamento de carecas
É o membro do juri para a área do desporto.

Alberto João Jardim
- Presidente da Região Autónoma da Madeira (grau de trafulhice 10)
Uma ditadura de também quase 30 anos, baseados em grande trafulhice politíca e construcção civil de interesse trafulhístico (ex.: Rotundas com apenas uma saída, etc..).
+ Formado com louvores em figuras tristes no Carnaval
É o membro do juri para área da trafulhice autárquica.

P.S. Esta área conta com vários membros honorários do juri, Luis Filipe Menezes (Gaia), José Luis Judas (Cascais), Fernando Gomes (Porto), Nuno Cardoso (Porto), Santana Lopes (Lisboa), Adelino Ferreira Torres (Maia), Isaltino Morais (Oeiras) e Edite Estrela (Sintra).

Concluindo, para a trafulhice intelectual foi escolhido Nuno Rogeiro, mas como este participa apenas em júris compostos por uma pessoa, entrou em conflito com a pluralidade de opinião imposta pelos nossos estatutos.