Sunday, July 10, 2005

O creme

É um elemento extremamente presente nesta altura do ano, estando intimamente ligado ao escaldão. Não sei porquê, mas a certa altura da vida há algo que torna mais masculino a obtenção de um escaldão, do que o uso de creme protector. A linha, entre o que é uma simples aplicação de creme e um acto de panasquice, é muito ténue. E o medo de ultrapassar esta linha é grande, mas penso que uma aplicação confiante de creme, revela a confiança do próprio utente na sua masculinidade.
Depois de ultrapassado este problema de base antropológica, temos ainda o problema da própria mecânica de aplicação do creme. Este consiste na aplicação de uma camada uniforme de creme numa dada superfície, o que está apenas ao alcance de alguns. Eu não sou um deles... Por muito que me esforce por alcançar alguma uniformidade, acabo sempre com uma espécie de mapa mundo distorcido no peito. No entanto, não perco a esperança de que um dia, tal como o Bronze Mediterrânico, o Bronze Cartográfico vire moda.
Também não nos devemos esquecer do problema relacionado com o transporte do creme. Nenhum indivíduo que chegue à praia com um frasquinho de creme debaixo do braço merece qualquer tipo atenção por parte de entidades femininas, pelo que é vivamente aconselhado aos utentes de creme levarem uma mochila ou algo que permita a inibição visual do dito recipiente. Aquelas bolsas de cintura são uma escolha de efeitos negativos completamente irreversíveis, pelo que mais vale levar o creme na mão.
Como vemos, a temática do creme é algo que compreende um estudo complexo e demorado da psique humana, pelo que hoje percebo melhor a relação quase doentia entre Mulheres e Cremes.

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