Monday, June 13, 2005

Os jornais desportivos e o Sistema
Estes são os maiores casos de burla no país. Se houvesse uma multa por cada jogador que é erradamente dado como certo num clube, não haveria défice. Já devem estar a dizer... Este gajo é um extremista! Estão correctos. Quando vejo darem uma página inteira a Fernando Seara, na tentativa de que este articule letras de um modo lógico, penso que qualquer dia estaremos a ver José Castelo Branco a formar governo.
A meu ver os jornais desportivos são o SISTEMA de que tanto se fala. Mas eu não tenho quaisquer problemas em relação a isso... Eu sou um fã do sistema. Se não houvesse sistema, haveria paz. E paz é uma chatice. De maneira que faço minhas as palavras do grande filósofo George W. Bush: - O que queremos é guerra.
Por isso, admitamos... os jornais desportivos são a nossa novela. O relato da nossa guerra. Estamo-nos pouco importando para o que dizem sobre os jogos... Queremos é trafulhices, penáltis mal assinalados e árbitros corruptos.
O jogo é bom, mas é um prazer rápido, que funciona apenas como motor de arranque da parte que realmente interessa... O Rescaldo. Esta é a parte fundamental do espectáculo desportivo, em que esperamos ansiosamente por saber as reacções à arbitragem ou o estado da relação amorosa entre Luis Filipe Vieira e Dias da Cunha. Por falar em Dias da Cunha, ele é a meu ver o novo apóstolo de Jesus Cristo para a área do futebol. Ele desceu dos céus para desmantelar o sistema... E mais uma vez veio dar razão ao ditado: - Deus escreve direito por linhas tortas. Neste caso, Deus disse direito por cordas vocais tortas.
Por isso acho que devemos preservar o Sistema. Se o nosso campeonato fosse tão transparente como outros, teríamos que nos preocupar com coisas sérias, como o défice ou o tratado da União Europeia. O que são essas coisas em relação a saber quem é o substituto Trapattoni, pergunto eu.
Por isso tenho medo.... medo de que Pinto da Costa esteja cansado de fazer ilegalidades, medo de que Luis Filipe Vieira tenha aulas de português e medo de que ensinem a Dias da Cunha outras palavras que não sistema.



Santana Lopes , Vamos ter saudades dele
Parece-me que não devemos esquecer o que este homem nos deu. Muitos sorrisos pôs no nosso rosto, quer como dirigente desportivo, quer como político. O problema foi quando deram a este adolescente alguma responsabilidade. Ele bem tentou ter um ar mais sério, com a inserção de óculos no seu visual, mas o seu lado Batatoon falou sempre mais alto. Nunca me esquecerei das respostas incisivas que dava nos debates sobre o estado da nação.
(Deputado) – Então e o problema do défice?
(Santana) – O problema do défice é um problema grave, e é um problema que vamos ter de resolver. E porque é que o vamos ter de resolver, perguntam vocês. Porque faz mal aos portugueses. E como eu amo Portugal e os portugueses vai ser resolvido. O meu amor por Portugal é o que me faz mover e é com este amor...
Foi com esta aura de amor e carinho, e de que tudo se resolve com amor e carinho que Santana nos presenteou. Esta aproximação falhou devido ao pequeno problema de que nem todos somos as suas santanettes.
Outro exemplo da tentativa de Santanettização dos portugueses, era aquela formidável postura nos debates. Tenho uma teoria em relação a isso. Ela consiste que aquando dos debates, Santana imaginava que estava no balcão da Disco, a galar a prestável rapariga que o estava a servir. Mas a prestável rapariga eram neste caso os portugueses. E em vez de lhe perguntarem qual a bebida, lá iam chatear com o défice.
Penso, no entanto, que Santana ainda irá voltar, mais poderoso do que nunca, porque nada como uns cabelos brancos para dar credibilidade.

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