Tuesday, June 14, 2005

Jack Johnson, o Pastor
Eu gostava de Jack Johnson. Nunca fui grande fã, mas tinha-o em boa conta. Mas hoje já não o posso ouvir. Ele é o novo pastor de um rebanho de fãs (e ao generalizar, estou obviamente a errar) que seguem sempre a moda. Sempre me irritaram as modas, até porque... e podem-me chamar elitista... estragam as coisas. Ainda me lembro quando o Ben Harper não estava na moda... ai sim, dava gozo ouvir aquelas músicas revolucionárias. Hoje em dia quando já se ouve as músicas dele na sede do PP ou em encontros religiosos...o que é que eu posso dizer... perdeu-se o sentimento. O que tem piada é que estas pessoas depois têm a necessidade de arranjar um rebanho alternativo, em que o pastor é em tudo igual ao do rebanho original excepto no nome. Acham então que têm um gosto extremamente ecléctico ao terem encontrado um gajo iraniano que canta exactamente da mesma maneira, conseguindo deste modo pseudo-diversificar a música que ouvem. Para além disso, eu não gosto de ter os mesmos gostos que certo e determinado tipo de pessoas. (Agora é a parte em que dizem que eu sou uma besta) Não é que os meus gostos sejam melhores ou piores, mas irrita-me que uma pessoa que adore o “Diário de Princesa 2” ou o “De repente, já nos 30” me venha dizer que gostou do Apocalypse Now ou do Padrinho. São para mim realidades incompatíveis. Chamem-me limitado ou convencido, mas há algo acerca deste rebanho que me irrita. De maneira que fiz aquilo que tinha a fazer, mudei de rebanho.

2 Comments:

Blogger T said...

Jota, sábias palavras proferiste, mas não há que pensar que devemos ser sempre correctos e compreensivos. Isso é procurar perfeição onde ela não existe. Acima de tudo devemos ser correctos connosco e sinceros em relação à nossa imperfeição. Não sou perfeito e tenho as minhas pancas. Não abdico delas porque acabam por ser a minha personalidade. Por isso se há coisas que me deixam lixado, é mais que a minha obrigação expressa-lo.
P.S. Só se deve ter esta atitude com quem não nos pode lixar. Pelo menos enquanto formos peixe miúdo.

1 abraço e continua a escrever, que esse comment já tem traço de brilhantismo.

1:56 PM

 
Blogger andrzej said...

Pois que me parece bem verdade... a pastorícia reina em todos os quadrantes da cena musical. Não há como fugir disso.

No caso específico do Jack Johnson: o homem canta um mundo que não é o meu, e -- ainda pior-- canta um mundo que não me suscita grande interesse. Mas, lá está, isto da coerência -- ou falta dela -- tem muito que se lhe diga... O "in between dreams" rodou insistentemente cá por casa.

Ainda para complicar mais as contas, e para o caso de ainda não conheceres, experimenta ouvir o tratamento que os Handsome Boy Modelling School deram à faixa "breakdown" desse álbum...

8:50 AM

 

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