Wednesday, July 06, 2005

O culto do trafulha
O povo português tem uma verdadeira adoração pelos trafulhas. Penso que tal como a Suécia tem o prémio Nobel, Portugal deveria ter o Prémio Trafulha. O propósito deste seria valorizar intérpretes de actividades ilícitas, mas especialmente aqueles que não o escondem. Para júri deste troféu devemos ter nomes experientes na área, pois serão estes a pôr a descoberto os novos talentos.
Aqui fica o currículo dos membros do juri, tendo em conta o grau de trafulhice de 0 a 10:

Major Valentim Loureiro
- Contrabandista no exército (grau de trafulhice 8)
Fez a sua fortuna à custa de extraviar cuecas, meias, bonés, pacotes de arroz e rissóis. Por este serviço à nação, foi-lhe atribuído o título de major.
- Presidente do Boavista (grau de trafulhice 7)
Ganhou notoriedade pública e influência. Foi aceite pela Ordem dos Trafulhas em Portugal
- Presidente da Liga de Clubes (grau de trafulhice 10)
Nesta fase tornou-se um verdadeiro Jedi da trafulhice, adquirindo em definitivo os poderes do Lado Trafulha da Força.
- Presidente da Câmara de Gondomar (grau de trafulhice 9)
A sua grande política eleitoral foi na área dos electrodomésticos. Ninguém como ele percebeu a importância de fruta fresca, roupa lavada e aquecimento nas noites frias de inverno.
- Membro da Comissão responsável pelo Metro do Porto (grau de trafulhice 10)
Esta foi uma excelente oportunidade para mostrar que dominava também a arte da chamada “trafulhice silenciosa”, pois é uma obra pública enorme mas sem grande relevo ao nível mediático (pelo menos até à sua abertura).
Penso que a sua vasta experiência em todas as áreas de trafulhice lhe dá uma horizontalidade na apreciação dos candidatos, pelo que lhe atribuo o lugar de presidente do juri.

Pinto da Costa
- Presidente do Futebol Clube do Porto (grau de trafulhice 10)
Uma experiência de 30 anos, sempre ao mais alto nível da trafulhice desportiva.
+ Formado em subornos, prostituição e sarcasmo
+ Especialização em abrilhantamento de carecas
É o membro do juri para a área do desporto.

Alberto João Jardim
- Presidente da Região Autónoma da Madeira (grau de trafulhice 10)
Uma ditadura de também quase 30 anos, baseados em grande trafulhice politíca e construcção civil de interesse trafulhístico (ex.: Rotundas com apenas uma saída, etc..).
+ Formado com louvores em figuras tristes no Carnaval
É o membro do juri para área da trafulhice autárquica.

P.S. Esta área conta com vários membros honorários do juri, Luis Filipe Menezes (Gaia), José Luis Judas (Cascais), Fernando Gomes (Porto), Nuno Cardoso (Porto), Santana Lopes (Lisboa), Adelino Ferreira Torres (Maia), Isaltino Morais (Oeiras) e Edite Estrela (Sintra).

Concluindo, para a trafulhice intelectual foi escolhido Nuno Rogeiro, mas como este participa apenas em júris compostos por uma pessoa, entrou em conflito com a pluralidade de opinião imposta pelos nossos estatutos.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home