Monday, June 20, 2005

Os arrumadores, a nova elite
As coisas já não são o que eram. Os tempos mudam e nós temos que acompanhar, mas há coisas que a meu ver não fazem sentido. A maior destas situa-se na área da arrumação de veículos.
Hoje em dia já começo a ver arrumadores de carros com bom aspecto.... Não gosto!
Quero ter a certeza que quando deponho a moedinha na mão do arrumador, que esta está suja.... Quero ter a certeza que essa moedinha não vai nem para alimentação, roupa ou cuidados de higiene.
Hoje em dia já se vêem arrumadores gordos, com dois ténis do mesmo par e cd’s na mão. O arrumador não deve poder sequer pensar em música. Ele deve viver sem música. (É uma posição que tem as suas vantagens, pois quem tem rádio pode ocasionalmente ter a infelicidade de ligar numa estação que esteja a passar Celine Dion... E como sabemos os danos por ela produzidos são irreversíveis)
Quero ver arrumadores bem chupadinhos, com barba de 5 meses e 4 dias e com aquele ar ensonado de quem teve uma bela noite de dormência assistida por estupefacientes.
A parte que eu gosto mais da arrumação de carros é quando estamos a estacionar num lugar que dava para 2 autocarros e vem o arrumador a correr como um verdadeiro Obikwelu para nos auxiliar. Ele chega invariavelmente quando estamos a retirar a chave da ignição. Há quem diga que a esses não se deve dar moedinha, mas penso que pelo esforço ele merece o nosso apreço.
Por outro lado, este tema dos arrumadores fez-me pensar que eles têm algo em comum com os tenistas. Se repararmos no movimento do braço ao arrumar carros, é o mesmo do ténis. Pelo que deixo a pergunta. Será que o inventor do ténis era um arrumador de carros?
Ser arrumador não é uma carreira para qualquer um. Também há descriminação. Mas neste caso não é por ser mulher, idoso ou jovem sem experiência profissional.... É pelo assobio. Os decibeis ditam o nível do arrumador, havendo desde Bacharel a Doutorado.
Parece-me que todos entendemos a dificuldade da vida do arrumador e as suas vicissitudes, mas penso que há um código de pobreza, sujidade e droga que deve ser respeitado.

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