Tuesday, July 12, 2005

A Utopia do Correcto

Penso que já nos habituámos a pensar que fazer as políticas correctas é uma utopia. Hoje em dia apelidam-se de idealistas (com conotação negativa) às pessoas que acreditam que se pode fazer alguma coisa certa neste país. Porquê? Porque ao desanimarmos este tipo de pessoas, estamos dar uma espécie de aval ao conformismo em que vivemos. Pomos o que está certo num pedestal onde ninguém consegue chegar...
Essa posição é extremamente confortável pois quando as coisas não correm bem, é fácil dizer:
- A culpa é deste país.
Como se o país não tivesse nada a ver com as pessoas que estão cá dentro.
Ontem estava a ver a entrevista de Maria João Avillez a Sá Fernandes (candidato à Câmara de Lisboa). Foi extraordinário observar a ignorância desta entrevistadora. Sá Fernandes apresentou como suas políticas, coisas que já são feitas à muito tempo nas cidades mais evoluídas. Coisas simples e sem grandes custos, que seguem apenas aquilo que já foi estudado e aplicado como políticas elementares (não sujeitas a cor política) ao bom funcionamento de várias cidades europeias. Para MJ Avillez, a gestão de uma Câmara não pode ser tão simples.... Mas na realidade é.
Para ela, tudo o que Sá Fernandes enumerava lhe parecia bucólico e lírico.... São estes os adjectivos que hoje se usam para o que está certo. Penso que para MJ Avillez, realista e responsável, serão os adjectivos usados para a gestão dos últimos 4 anos da Câmara de Lisboa.
Penso que chegámos a um ponto tal de ignorância e descrença, que achamos que Portugal sem obras ridículas (como os estádios, o túnel, o Parque Mayer, o aeroporto da Ota e o TGV) e autarcas corruptos...não é Portugal.

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