Sunday, May 07, 2006

A Prova Irrefutável

Pelas recentes e pseudo-proféticas palavras do Arranha, o leitor poderá - induzido em erro - pensar que o pequeno pensador não acredita numa "força" superior ao homem. Nada mais errado. O Arranha acredita em algo superior, pois crê que essa crença será absolutamente fundamental para uma cada vez mais necessária relativização do ser humano e do seu poder.
Na sociedade de hoje, em que o ser humano vive numa procura incessante de controlo, a noção de Deus perde muita da sua razão de ser. É apenas por esta ideia utópica de que se pode ter controlo que persiste - por arrasto - a cultura do medo, como resultado deste exercício fútil e pseudo-atingível, como é o caso do controlo. São exactamente nas situações que nos demonstram a realidade da falta de controlo que as pessoas - assustadas - se viram para a procura de algo superior que explique o desconhecimento/descontrolo, tornando-se dessa forma o desconhecido em conhecido e descontrolado em controlado.
Assim sendo, tal como Mario Lajinha uma vez afirmou, a coisa que mais me descansaria seria saber que essa "entidade" realmente existe, desejo que decerto será comum a vários leitores. O que já não será comum é que o Arranha teve de facto a prova irrefutável de que esse "ente" realmente existe.
Para a explicação dessa prova irrefutável, o Arranha, pedirá ao leitor que tome um pouco de tempo a imaginar a situação.
Aqui vai.
Estava o Arranha a preparar o seu pequeno almoço numa solarenga manhã de Maio, quando, já sentado, iniciou o corte de um pão-da-avó. Corte esse, longitudinal ao perfil do dito pão. Como decerto o leitor estará a visualizar, restaram no prato as duas faces, deleitando-se com o interior virado para o Arranha. Após barrar a face inferior com pouca manteiga e lhe adicionar uma bela fatia de presunto, o Arranha começou a desvendar os mistérios da dita "força" superior. Porquê?
Porque no acto de fechar a dita sandes (com a intacta face superior), o Arranha, tal como muitos maníacos, gosta de que os limites da face superior estejam alinhados com os da face inferior, ou seja, devolvendo a forma inicial ao pão. O que aconteceu de extraordinário nesta situação foi que os limites não coincidiam seja qual fosse a disposição, o que seria normal se se tratassem de partes relativas a pães-da-avó diferentes. Não era o caso, caros amigos.
Pois é...
Foi desta simples e misteriosa forma que essa "força" comprovou a sua existência. Uma provação directa e irrefutável de que até num simples corte de um pão poderá existir algo de diferente e não explicável.
"Só sei que nada sei.", disse um ser humano sabedor, de nome Sócrates.

P.S. O uso de aspas sempre que me referi a essa "entidade/ente/força" procura demonstrar que se se realmente acredita na existência de algo superior a nós, então tem que se forçamente compreender que todos esses termos são simplificações erróneas de algo que se realmente existe é impossível de explicar. Daí que, do meu ponto de vista, "a religião é o maior obstáculo para chegar a Deus." Porquê?
Porque as religiões acabam por ser a tentativa - antagónica à crença de algo superior - de que um ser inferior - o Homem - pode explicar os desígnios ou as normas dessa "entidade" superior. Um contra-senso. Porque se puder ser explicado por um homem é porque é da esfera do homem e não de outra, logo não serão decerto as normas dadas por esse tal "ente" superior. Daí que para mim, estes possíveis desígnios superiores apenas poderão ser transmitidos por algo não controlável/explicável/quantificável/descritível pelo homem, ou seja, pelos sentimentos. E sentimentos não se ensinam...

3 Comments:

Blogger alyia said...

Mas esta gente tem com cada paranóia.. . andar a ajustar as facesw do pão... ai ai... não era mais fácil comê-lo e pronto?!

Os sentimentos? Não se explicam, não se entendem, não se aprendem... sentem-se, só!

3:08 AM

 
Blogger Eu said...

resta saber com que utensílio o arranha apartou as duas faces do mmo pão - se foi com um serrote a "força" existe na ferramenta e não acima de ti, se foi com uma faca afiadíssima o caso muda de figura, já que temos aí uma questão de encarnação e da próprima manifestação da imperfeição do "ente", mais que um simples sinal (é o q Eu acho assim de repente)

3:17 PM

 
Anonymous Anonymous said...

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»

6:46 AM

 

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