Tuesday, February 14, 2006

O enterro político de Mário Soares
Nada me deu mais gozo assistir nestas eleições presidenciais do que o enterro político de Mário Soares.
O Aristocrata da República, como eu gosto de lhe chamar, envelheceu construindo uma espécie de aura de que seria ele o Rei da República Portuguesa, e como tal, o seu poder já quase que não provinha do povo mas sim de algo mais “sanguíneo” ou "espiritual". Daí talvez aquele episódio de fazer campanha pelo filho em dia de ida às urnas…
A minha imagem do político Mário Soares é de que este sempre foi o tipo de político que procurou usar um poder dado pelo povo para se servir a si próprio. Bastará pensarmos nas contínuas suspeitas em relação a actividades ilegais relativas à descolonização e as suas relações duvidosas com José Eduardo dos Santos - nunca devidamente explicadas ou investigadas - para percebermos como há algo de pouco ético e nada idealista na maneira de fazer política de Mário Soares.
A imagem de marca de Mário Soares, ao longo da sua vida política, foi sempre a de alguém que produzia política mais para alimentar ego do que para contribuir para um melhoramento da qualidade de vida do país. Aliás, essa característica ficou bem patente na maneira como usou a presidência para viver sumptuosamente.
Penso que o sentimento vingativo em que foi gerada a sua candidatura a esta eleição presidencial será outro bom exemplo de como Mário Soares vê o ofício da política.
E é exactamente por isso que afirmo com satisfação…
Adeus Mário.

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