Sunday, October 16, 2005

O lenço branco, peça fundamental do vestuário actual.

Há quem diga que o futebol é um espectáculo que induz à má criação, palavrões e outras merdas que tal.
Discordo totalmente.
Aliás, na presente época, parece-me que o futebol está pronto para ser integrado, como espectáculo cultural, no circuito gay de actividades culturais.
Basta olharmos para a bela imagem de um estádio de futebol cheio de homens feitos a abanarem o lencinho branco para cima e para baixo.
Que coisa mais amaricada, meus amigos...
Por outro lado, parece-me que é a organização e assimilação destas pequenas mariquices, que perfaz essa bela coisa de seu nome....Educação.
E é tendo em vista a educação, que não tenho dúvidas de que será preferível um abanar de lençinho branco à escolha de bonitas expressões como:
“Ó Peseiro vai pró car..., meu filho da p...”
ou
“Despede-te, meu cab..”
Tenho a certeza que a Prof. Dra. Parasita Paula Bobone estará de acordo comigo.
Dito isto, parece-me que o lencinho branco é um excelente veículo para pessoas que queiram expressar o seu descontentamento, salvaguardando o seu status educativo. Ou seja, é uma tomada de atitude forte, ressalvada pela classe demonstrada pelo lenço. Bem ao estilo da “estalada de luva branca”.
Após esta reflexão decidi levar avante a difusão do lencinho branco e de toda a sua simbologia para outras áreas, ligando desse modo o “abanar do lencinho” a todas as esferas da sociedade.
Primeiro, vamos ao trânsito. Parece-me que em vez do tradicional manguito, rude e ofensivo, poder-se-ia usar o lencinho branco como sinal de descontentamento pela manobra mal feita.
Depois, nas discussões do dia-a-dia. Imaginemos por exemplo a situação de quando num restaurante demoram demasiado tempo para trazer os alimentos... Bastará pormo-nos de lencinho no ar e o aviso estará feito. Deste modo, não será necessário o amplo gesto braçal complementado pelo “Pssst!”, ou pelo “Olhe, se faz favor!” ou ainda pelo “Desculpe lá!”.
Ainda nesta temática, devo-vos dizer que no outro dia o Arranha procurou implementar esta lógica do “lencinho” no mundo das idas ao cinema, pois estava descontente com a qualidade da película. No entanto, aquando da execução do gesto de descontentamento, o Arranha esqueceu-se que “o abanar do lençinho branco” iria inibir visualmente a pessoa que estava sentada imediatamente atrás.
Algo que não voltará a acontecer, garante-vos o próprio Arranha... pois nesta situação teve a malapata de inibir a visão a um indivíduo de nacionalidade Moçambicana e 2m de altura que se prontificou a inanimar com um pujante soquete o “pequeno abanador de lencinho” de nome Arranha.
Esquecendo este percalço, outra excelente ocasião e que aconselho particularmente a todos os alunos da professora de Geografia do 7ºano (no Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho), de seu nome Palmira, será o abanar do lencinho como forma de chamada de atenção para o tédio da aula em curso.
Enfim, parece-me esta história do lencinho branco é importante para a correcta e educada libertação do nosso descontentamento, e como sabemos, pelo recente estudo efectuado pela Universidade Nova, o estado de descontentamento representa 94% do tempo de vida do português. Daí que pense que o lenço branco poderá ocupar um lugar de destaque na sociedade portuguesa, ao tornar unitário e simples o modo de exprimir o tão popular descontentamento.
Por isso, e concluindo meus amigos, toca a munir os vossos bolsos de lencinhos brancos.

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